Quando penso em você penso em poesia
Quando lembro de sua boca, nostalgia
Quando fecho os olhos encontro seu abraço, e me sacia
Quando me lembro de você, embora distante, sei que ainda te verei... espero... o dia
Quando sei que o dia acabou eu repenso o dia e quando não escuto – sua voz - é como se faltasse a sua poesia
Quando penso em você eu me liberto do meu racional e entro num mundo sentimental...
As vezes vejo na desordem a organização das coisas.
Vejo que eu sou a parte de um todo e que preciso de outra parte...
Quando se ama, tudo passa a existir. E quando já existe, então o que era muito pequeno passa a ter um grande sentido...
Hoje sinto o vento, a brisa, as palavras, os conselhos, as notas de uma música...
Sinto que ainda estou aprendendo e reconstruindo...
E quando vou dormir, sei que o novo dia está chegando...
Quando penso em você sei que essa parte que ainda não conheço pode ser a minha construção, ou a simples espontaneidade de um sentimento...
Quando penso em você...... ah! Quando penso em você...
Gabriel Revlon
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
A sociedade e o Crime organizado
Dizem por aí que o crime organizado forma sociedades paralelas, dizem também que essas sociedades são marginais, que são alienadas e que tudo isso é consequência da exclusão social. Acredito que não é bem assim.
Primeiro pelo conceito de “paralelas”, segundo a matemática, retas paralelas não se cruzam, mas quando se tratam das sociedades do crime, elas não só se cruzam com o meio social como também estão contidas nele. Sociedade do crime é tida como um meio marginal ao meio social . Porem as semelhanças de modelo dessas sociedades são muitas. Seja na organização hierárquica: traficantes, laranjas, usuários, informantes, simpatizantes, etc. Seja na formação ideológica: o sistema de consumo com vendas, lucros, dívidas, parcerias,etc.
Segundo porque marginal conota exclusão social, mas o que vemos nos jornais é o contrário. O mundo do crime está ao lado, e não à distância. Pessoas de “bem” são presas por envolvimento nas diversas formas de crimes sociais. Seja por roubo, seja por estupro, seja por tráfico, seja por corrupção política, seja por desvio de verbas públicas, etc.
Quem forma as sociedades do crime afinal, será que eles tem uma cara, será que eles tem cor, será que eles tem credo, será que eles andam desenformados, será que são tão desorganizados, marginalizados, alienados e paralelos?
A sociedade do crime organizado veste terno, usa grife, tem avião particular, tem carro do ano, veste saia, passa fome, advoga, presta socorro, canta, investe... Será que estudar, trabalhar, criar um mundo melhor ainda é sedutor? Quantas crianças em escolas públicas estudam sem perspectiva de futuro, quantas em escolas particulares usam drogas ou simpatizam pelo mundo “alternativo” do crime? Ou seja, os sistemas de base da nossa sociedade estão envolvidos por possibilidades, boas ou não. Quando se trata da busca dos adolescentes por adrenalina, por uma vida “alternativa”,” por sexo, drogas e rock”, ou até mesmo pela simples curiosidade, cruzam a sociedade do tráfico que é uma subdivisão do crime organizado. Quando os jovens buscam o primeiro emprego e vêem no tráfico uma melhor forma de ganhar dinheiro. Quando os nossos homens públicos, sejam da polícia, política, órgãos do governo, facilitam o transito do crime organizado. Quando vemos tudo acontecendo ao nosso lado e agimos como se fosse algo banal, também estamos ajudando indiretamente a manter essa tal sociedade. Em fim, todos estamos envolvidos direta ou indiretamente.
Contudo colocar a culpa em alguém é mais fácil, mais barato, e além de tudo não mancha a nossa linda reputação. Dar nomes aos bois é a fuga quase perfeita. Eles são Marginalizado -não se misturam conosco -, eles são paralelos -não se cruzam conosco -, eles são bandidos – não são homens de bem -, eles são os outros – não somos nós - .
Qual é mesmo o conceito de sociedade ?
“Em Sociologia, uma sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade.”
“Em Biologia, sociedade é um grupo de animais que vivem em conjunto, tendo algum tipo de organização e divisão de tarefas, sendo objeto de estudo da Sociobiologia.”
Até quando vamos negligenciar às nossas obrigações sociais? Porque manter distante os problemas que são nossos? Acredito que para solucionar problemas como o do crime organizado, problemas na saúde, problemas no ensino, dentre outros, devemos VER de forma diferente nossa sociedade, de forma mais inclusiva, VER nossos erros, VER como podemos melhorar, VER que o bem social depende do individual, da coletividade e da solidariedade.
Somos todos UM. Uma unidade com coisas boas e ruins.
Gabriel Revlon
Gabriel Revlon
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Condição humana
Porque o prazer pessoal está tão a frente do amor ao próximo?
Inconscientemente minha busca pelo prazer mortifica o outro.
Ainda que eu me arrependa de tudo, ainda assim quero o prazer.
Qual o estreito caminho do desapego de mim mesmo – narciso por natureza ou narciso social -?
Vejo um mundo de hedonistas egoístas, de pessoas loucas por si mesmo. Sem ter sequer um pequeno gesto de amor ao próximo. E quando me vejo nessa corrida desesperada por mim mesmo, quando me percebo nesse poço sem fim, quando vejo essa corrida para o precipício de BELOS homens sem noção do que é amor, sinto profunda tristeza.
Acho tão belos os altruístas de 2 segundos. Aqueles que fazem um gesto de bondade momentâneo e dizem para todos, para que vejam o quão bondoso eles são.
Acho tão verdadeiros os bondosos de coração que trocam uma bondade por mil maldades. E ainda assim acham que têm créditos de bondade para gastar.
Quanto custa um lugar no céu?
Quanto custa um pouco de amor?
Quanto te dou para que me dê em troca?
Quão bom sou, espelho meu!
Se meu corpo quer tanto o prazer, porque dentro de mim existe algo que luta contra isso ?
Mesmo que lá no fundo, sei que ainda existe esperança para tudo isso. Ainda que Seja um milagre !
As ruas me dão a impressão de um grande desfile de modas. Me olhem, aqui , aqui !
- Olhem o quanto sou lindo, mas não se esqueça que não me importo com a diversidade nem quero dividir o meu prazer... Somente olhem e contemplem.
- Olha como é linda aquela celebridade -suspiros -.
Estou ouvindo a marcha fúnebre de minhas feias emoções compartilhadas. – um tédio !
Vamos mudar de assunto ?
(...)
A condição humana é tão contraditória. Pergunto-me qual a áurea de verdades absolutas que ainda mantém tudo isso de pé. Sei que existe algo que equilibra as sociedades humanas, pois os interesses e a eterna busca pelo prazer egoísta são sinais da destruição. As vezes penso em esquecer as utopias e desistir das pessoas. Mas sei que no fundo, ainda passa uma esperança por nossas mãos.
Gabriel Revlon
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Greenwashing
Greenwashing é uma expressão estrangeira que significa - maquiagem verde - . Algumas empresas investem em propagandas enganosas, usando o discurso ecologicamente correto e criando embalagens contendo carimbos de “sustentabilidade”, produtos que supostamente são produzidos de forma que beneficia as pessoas sem agredir o planeta, porem não é verdade. Essas empresas não tem produção sustentável. O interresse dessas empresas não é de preservar o meio ambiente e nem o fazem. Eis a nova forma de enganar as pessoas : o "consumo sustentavel" . As empresas continuam lucrando, destruindo o planeta, contudo disfaçados de "amigos do meio ambiente"
As pessoas consomem as tendências, e isso é primordial para o sistema capitalista. A bola da vez é a sustentabilidade - consumo ecológicamente correto, visando proteger o meio ambiente de danos irreversíveis - . Essa é a tendência, então a maquina capitalista investiu e nos vestiu ecologicamente. Capas de revistas de consumo estão verdes, embalagens de produtos não duráveis estão verdes, empresas e industrias extremamente nocivas ao meio ambiente agora estão verdes, o mundo está verde.
- ser ou estar, eis a questão -.
A maquiagem verde é alvo certo para consumidores conscientes e para os que ouvem falar em sustentabilidade. Um dos problemas de toda essa - trama verde – é que a "greenwashing" não está mudando o modo de pensar o consumo nas pessoas. Essas estão trocando o consumo que contribui para a destruição do mundo pelo consumo para "salvar" o mundo, isso não é contraditório ?
As vezes me pergunto, porque compramos embalagens, porque a capa é tão sedutora, poque a superficialidade está tão sólida no nosso dia-a-dia, porque as pessoas acham que o consumo é o antidoto para o capitalismo ? fui ambíguo na última pergunta ?
Porque para mim o consumo e o capitalismo são tão íntimos ao ponto de se confundem. E enquanto isso NÓS achamos que o consumo verde é a salvação do planeta.
O consumo consciente é uma alternativa ao desequilíbrio que existe em nossa sociedade, desequilibrio que faz do consumo desenfreado algo nessesário, mesmo quando não é necessário ter mais do que é preciso. Só se a necessidade real for a ostentação... Mas esse é outro assunto. Retomando ao tema, a maqueagem verde deve ser reconhecida por nós para que o consumo- travestido - verde não seja nosso novo alvo.
O ideal seria consumir menos, porque assim evitariamos as sobrecargas capitalistas no nosso bolso, na demanda exagerada de matérias primas do planeta, nos desmatamentos, na exploração do trabalho - de forma desumana muitas vezes -, e em todos os outros processos nocivos causados pelo sistema de consumo, agora consumo verde ou "greenwashing".
Bom, com green ou sem green, precisamos rever nossa forma de pensar o consumo, porque revolucionar o pensamento pode nos vacinar para as diversas maquiagens do capitalismo, pode nos levar a melhor qualidade de vida, pode gerar sustentabilidade, pode humanizar nossa relação com o outro. Enquanto isso, faremos resistências as multiplas formas de discurso e maquiagens verdes ou não do sistema – esse grande lobo com pele de cordeiro -.
Gabriel Revlon
Assinar:
Postagens (Atom)