quarta-feira, 29 de junho de 2011

Voltando para casa...



Do banco ao lado da Janela, vejo carros que passam sem parar. A cidade grita em sua agonia de todos os fins de tarde, enquanto voltamos para nossos lares de um dia cansativo.
Enquanto os carros se movimentam, meus olhos ficam fixo, parados, observando os detalhes, observando uma mulher em outro banco: sua  pele negra , cor de mel , um olhar perdido no movimento da rua, enquanto o vento entra pela janela e toca seus cabelos como se quisesse levá-los longe. O  movimento do cabelo deixa visível o perfil do rosto, como se quisesse me mostrar a beleza aos poucos... Doses homeopáticas de charme, quase uma tortura para meus olhos ansiosos.
Do tom sua pele reflete a luz dourada, luzes da cidade. Então ela pega uma mecha do cabelo e começa a deslizar entre os dedos de uma das mãos. Um movimento aparentemente comum, se não fosse tão rico em detalhes para meus sentidos  atentos, então ela abaixa a  cabeça e seus olhos começam a catar palavras em um livro...
Quis me aproximar, e quando se quer se aproximar basta um pretexto para o inicio de uma conversa... Eu tinha quase cinco...
Sai do meu banco e me sentei ao lado dela, suspirei e disse algo. Daí a conversa fluiu.
Ela tinha um livro nas mãos, e esse umas palavras em outro idioma...  Vi rapidamente! Minha atenção foi roubada por sua beleza. Meus olhos  estavam tentando encontrar a dimensão de toda aquela beleza, daquele tom de pele tão lindo,  daquele sorriso, daquele charme ... Era como uma música...
Castanho, avelã, mel, chocolate, com tons reluzentes... Eu tentava orgaziar as idéias, e quem disse que tinha ordem naquela grande explosão ? Era como uma música...
Cachos pretos levados pelo vento, soltos, aleatórios...
Sorriso de perfil, com os lábios inferiores ligeiramente maiores que os superiores...
E eu tentando ouvir uma música, tentando dizer coisas com sentido, tentando esconder minha vontade de chegar mais perto...
Foi como uma música, como uma poesia... sem palavras, mas com tudo o que poderia me deixa extasiado...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A linha tênue entre o que é real e o que se imagina.



As vezes imaginamos o que gostaríamos que fosse real, As vezes idealizamos  a realidade, As vezes pensamos em forma de sonhos ou sonhamos coisas tão reais que até sentimos, ao ponto de acordarmos do sonho com um susto. Então olhamos em nossa volta e aquela suposta realidade some diante de nossos olhos.
Qual a linha entre o que se quer e o que é real ? Será que os sonhos são tão distantes de nossa realidade ?
Muitos sonhos movem o mundo, movem as vidas das pessoas, movem as pessoas às realizações. Como também existe a realidade que nem sempre é tão ideal, mas não ser o meu ideal não significa que não seja uma idealização de alguém, de uma forma de pensar e viver.
As vezes  olho pra uma pessoa e conversamos em olhares. é como se fosse um encontro virtual - do que queremos, do que  sonhamos ou desejamos - mas na realidade tudo muda, porque existe convenções idealizadas por alguém que são parte de um conjunto de regras sociais e que no final das contas barram o que eu e a pessoa queríamos ou desejávamos - realidades interferidas por idealizações ou seria o contrario ? -. Sonhos constroem a realidade e a realidade interfere nos sonhos. A partir desse ponto de vista começo a pensar em uma dependência ou complementação ou algo do tipo...
As vezes imagino que tudo poderia ser muito bom pra mim... Enquanto alguém sorri sozinho e realiza algo que foi muito bom pra si. As vezes sonho com a realidade, as vezes vejo um sonho se realizando... Eis a linha tênue entre o que é real e o que se imagina. uma linha quase invisível, mas graças a nossa realidade temos referenciais para sonhar, idealizar, imaginar e abstrair.
Um dia sonharam em voar...
Um dia alguém teve  saudade de ouvir a voz de quem está bem longe naquele exato momento...
Um dia um homem quis ir ao fundo do mar...
Um dia um homem quis pisar na lua...
Um dia quiseram curar uma doença aparentemente incurável ...
Um dia sonharam em transformar um sonho em Realidade..
Um dia o que se imaginava se tornou Real...
Será que alguém já pensou em uma realidade Ideal - imaginário - ?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A medida da Indecisão...

Imagem de -Dugleidy Santos - 

Pois é, Eis a indecisão que nos faz seres dúbios : em sentido, em desejos, em possibilidades, em momentos, enfim, no que representava algo importante para se vivenciar. Não que a vivência não ocorra nos momentos de indecisão, ela ocorrerá muitas vezes, mas não de maneira completa, sempre terá o outro lado - o desejo insatisfeito - . Por isso muitas vezes é necessário deixarmos os "serás e porqûes" e simplesmente tomarmos decisões. Devemos deixar que o caminho tome um rumo e que  sigamos esse rumo para enfim desfrutarmos da decisão. A medida que nos aproximamos uma situação com indecisão, vemos mais de uma possibilidade, então nos fazemos algumas perguntas : porque faremos isso, porque não aquilo, será que isso será bom, será que vai dar certo, porque não o outra opção ? O problema é que muitas vezes não fazemos nem um nem o outro. E o que acontece com esse situação, fica incompleta.
Muitas vezes me encontrei nessa vida bifurcada. Então desistir de ir em frente por tentar ser racional ou sentimental,  por ouvir os outros ou mesmo por não ter certeza. E o pior de tudo é quando olho pra trás e penso. Poderia ter sido ótimo seguir aquele caminho.
Que sensação estranha essa de querer tudo e não poder ter muito do que quero . É aí que entra o tempo, o espaço, os sentimentos, as ações e os diversos motivos que nos impedem de seguir dois caminhos. Sabe de uma coisa, as vezes tenho vontade de viver dois caminhos, as vezes quero viver dois caminhos, olhar quase tudo, pensar varias coisas , aproveitar de tudo, dentro de minhas possibilidades, é claro! Mas o que acontece, Muitas vezes não posso! Aí eu fico na falta, daquilo ou disso...
Estou acostumado a ver os dois lados, as possibilidades, as bifurcações nos rumos da vida. Muitas vezes me  encontro em situações embaraçosas. outras vezes tenho fazer escolhas: Carne ou peixe, amor ou ódio, Felicidade ou dor, castigo ou presente... Acredite, as vezes misturo as coisas no mesmo bolo. Os sabores são diversos, alguns são até melhores quando comparados ao tradicional outros nem tanto.
  Acho que nem sempre quero a ter decisões, ou será que muita vezes fujo delas ?
Creio que a medida indecisão é a própria dúvida . Quando existe certeza somos puntuais: sim sim, não não; Quero, não quero; Vou, não vou.
Pois é,  estou aprendendo a Ter decisões .Talvez as interferências dos outros em nossas decisões gerem muitas de nossas indecisões, Muitas vezes sabemos o  nosso caminho, porem resolvemos emprestar nossos ouvidos para uma palavra alheia, e ai tudo pode mudar... As vezes tenho certeza do que quero, mas também quero o outro caminho, Quem entende essas coisas ?
Para mim algumas vezes a indecisão e decisão tem a mesma medida.