terça-feira, 31 de maio de 2011

Qual Sua condição ?



Qual sua condição pra ser feliz ?
Qual sua condição para ter alguem por perto ?
Qual a condição pra que o outro o aceite ?
Qual a condição pra ser bom ou mau ?
Quantas condições são impostas para que coisas simples aconteçam ?
Qual é sua condição....
Quantos olhares perdidos sem ao menos dizerem um, olá tudo bem ?
Quantas pessoas não se tornaram nossos conhecidos ou amigos porque impomos uma condição para ter uma amizade ?
Quantas pessoas foram embora de nossas vidas porque simplesmente não estavam em nossas nossas condições de Bons para nós ?
(...)
Será que ele não vai achar legal ?
Será que ela vai gostar de meu jeito de ser ?
Será que ele vai me querer ?
Em que condição ?
(...)
Quantas coisas deixamos de viver por impor algumas condições ?

condição para se expressar.... até onde convém à sociedade
condição para sorrir.... sem gargalhar, por favor !

condição para amar...
condição para sofrer...
condição para chorar...
condição para falar...
Qual é a barreira que sua condição impõe para você ser, querer,  fazer.... viver ?

 Qual a sua condição ?





domingo, 29 de maio de 2011

O espelho d'água







Em uma manhã estava andando destraido. Foi então que  vi um espelho d’água. Percebi suas imagens se formando, refletindo seus movimentos, misturando-se umas com as outras, exibindo suas cores e formas, algumas se diluíam na água e outras se transformavam quando se aproximavam ou se distanciavam...
Vi pessoas andando o tempo todo de lá pra cá. Percebi formas estranhas nos lugares e nas pessoas. Uma coisa era muito curiosa: as imagens transmitidas pelas pessoas eram mutáveis e inconstantes, ao ponto de eu não conseguir identificar as suas faces... eram apenas um conjunto de pessoas desordenadas. Havia sentimentos ali, sentimentos que minava das pessoas e que fluíam entre elas. Tudo aquilo se confundia aos meus olhos, um emaranhado de seres em movimento com cores misturadas, quase uma ilusão.
Curioso que algumas pessoas cresciam demasiadamente no espelho d’água, enquanto umas eram estáveis e outras diminuíam. Essa dinâmica acontecia o tempo todo.

Em uns momentos eu via tudo aquilo se deformando diante de meus olhos, mas as pessoas agiam naturalmente. Enquanto umas pessoas iam para a profundidade das águas outras nem mergulhavam, enquanto uns sorriam outros choravam ou lamentavam, ou gritavam, ou amavam, ou até mesmo odiavam.
Quando reparei o outro lado, mais iluminado, vi o reflexo de umas faces -ainda turvas-, outras um pouco mais claras e outras bem escuras e imperceptíveis, mesmo sob a luz não eram conhecidas e identificadas as faces.O máximo que pude identificar foram modelos diferentes representados. Eram aparências de modelos estabelecidos, pelo menos aos meus olhos tinha algo estabelecido. Entretanto cada pessoa tinha um quê, algo que a diferenciava dos outros, cada um tinha suas singularidades.
Na superfície do espelho d’água ocorriam perturbações o tempo todo, logo não era possível definir os acontecimentos – dinâmicas interpessoais- como fatos puntuais ou precisos, como normalmente vemos alguns em jornais, livros e revistas. Contudo em um momento as águas se aquietaram e as pessoas pareciam acompanhar o movimento das águas, ficaram normais -como parecem o tempo todo-. Mas bastou eu dar uma piscada para tudo então mudar – dentro da normalidade ou anormalidade -.
E Eu lá diante de uma piscina, vendo o espelho d’água... parecia até que aquele lago de concreto era algo natural...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Para melhor sentir a liberdade:



  Para melhor sentir a liberdade precisamos tirar o outro do controle de 

nós mesmo. Precisamos nos ver, nos perceber e nos sentir na direção de nós mesmo, precisamos sentir solidão em nossas decisões. Eis a hora de desembaraçarmos o vidro e ver o outro lado. E quando o outro lado for visível, então quebremos os vidros para sentir o que se via apenas. Chega uma hora em nossas vidas em que nossos sonhos falam mais alto, chega a hora em que nosso corpo pede pra sucumbir o obvio, pede para sofrer - na ausência - a dor de se desfazer de quase tudo o que parecia ser o bastante ou até mesmo tudo. Então o que era verdadeiro acaba por saltar do sufoco, um grito que se liberta, um desabafo que liberta, uma dor que estava do centro da barriga angustiando e sai pela boca. Então sentimos a desconstrução, sentimos a dor da perda, sentimos a quebra do que era a nossa vida, nos sentimos só, e isso é apenas o começo...
Caminhos tortos, mas enfim claros...
Sorriso simples e puros no íntimo da alma
Da dor se suma o amor ou seria do amor que se aprecia a dor ?
Mesmo assim é preciso se aventurar nas curvas tortuosas, sem medo, e com medo, mas se aventurando...
Viajando nos paraísos e por entre os rochedos pontiagudos.
Se cansando, chorando, querendo voltar atrás, querendo voar, querendo voltar, contudo querendo como nunca, voar alto.
As simbologias, as formas prontas e pré-estabelecidas começam a ser visíveis, então o corpo que já era revolucionário desde a infância, agora se descobre cheio do que ainda era impalpável...

Então os sonhos se misturam com a realidade, e descobrimos que ela era tão ideal quanto um sonho, porem de tão repedida e tão bem contada nos deliciávamos em suas necessidades como se fossem nossas. Só que chega a hora de pegar a tinta e pintar o papel, o chão, as paredes e o teto.
Entra em cena a revolução, que começa em nós mesmos.
Andando em rumos tortuosos, criando formas singulares, desobrigando o outro de nossas satisfações, aprendendo a nos amar de verdade, aprendendo a amar o próximo, aprendendo a liberdade.
E ainda assim será apenas o começo. Pois o fim não existe, a liberdade é o próprio fim em si mesma e em nós, sempre buscando...