segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Por aí...




Chuvinha que caí, por aí...
E o tempo se vai, por aí...
E os vidros embaçam, e o corpo arrepia, por aí...
E um café esquenta, E a madrugada silencia,

E as sentinelas ativas em cima dos postes acesos, por aí...
E eu aqui, cheio de lembranças daqueles detalhes lindos de ti,
E eu aqui por baixo dos céus nublados,
longe do que te deixaria iluminada de refletores.
Refletores de luz que cega.

Quero encontrar o ponto cego, pra ficar cego de tanta repetição,
Quero envolver-te-me em ardores, no Vilarejo de Marisa, ou o que queiras por aí...
To com saudades daquilo, disso, de... qualquer coisa "de ocê"
E enquanto isso a chuvinha cai, o tempo se vai,
e os olhinhos lindos estão brilhando por aí, distantes...

Chuvinha, chuvinha, porque seus ventos só me trazem saudades?
Chuvinhas caidinhas, gotinhas, gotinhas brilhantes com mistura de cores,
E a distância adia os nossos sorrisos juntinhos,
rindo de qualquer brilho em gotas de água de chuva...
Precisamos conversar sobre a chuva...
Chuvinha que cai por aí...

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A menina dos olhos





A menina era dos meus olhos,
Mas meus olhos não eram seus,
A menina era de seus olhos nos meus,
Mesmo que eu a pensasse com meus pensamentos.
Por onde transita, hoje, a menina dos olhos ?
Talvez no inusitado momento,
A menina dos olhos é nada do que eu penso,
A menina é tudo que eu penso, invento,
Existe onde chega a imagem e o olhar.
Aquela não mais existe em meu olhar,
Essa já nem sei por onde anda,
Porque a menina dos olhos é assim,
É sua e apenas sua, Talvez de quem a tenha por fora,
Mas então não seria a menina e sim uma foto.
Eu  gosto fazer fotografias de olhos,
Mas da menina eu não sei mais,
Eu costumava não somente ver imagens, assim eu achava,
Gostava de ver o transpirar, o que se perde no ar,
O que talvez se queira prender no papel ou num lugar,
Lugar de onde não deveria nunca estar não fosse o inusitado momento,
Aqui dentro, onde foi quebrado e hoje escapa.
Escapa-me o olhar, escapa-me dos olhos,
Perdidas lembranças de imagens,
Aquelas que quis para sempre fotografar,
Fotografar os olhos, boca, sorrisos,
E eis que foi tudo como um instante,
Talvez nunca existido de fato.
Talvez omitido,
Cartas, Músicas, Lembranças,
Papeis, curtas e longas,
E nunca mais a fotografei.
Se fui fotografado, não sei.
Adeus a ti, imagem, ou quem sabe essência perdida no papel,
Tentativa errante de minha vontade,
Menina dos olhos, visão de múltiplos lugares...

domingo, 15 de setembro de 2013

TRILHOS



vou-me
por aí
caminhomeu...
desesperadamente vivente,
andando em músicas de sentires ente,
sensasando o que é visto, cheirado, palatado,  ouvivido,
sensitido, sem sentido, sim, sentido...
perdidos, trilhos perdidos
desgarrados trilhos,
febris, divagados por aí...
em mim e sem mim, em ti e senti...
no ar, luarte, manhã de sol virá, já já... vejo o horizonte nascente
trilhos nascente, musicando o inusitado,
nú estado das coisas aparentes, partintes, partistes, partes... de mim, deixastes...
Em um vão, um caminhos com pedrinhas de luzes, talvez escarlates,
em vão, talvez, mas não certa mente... porque o momento existe e irradia, talvez o amor,
não sei, mas sim, o momento existe iu ou rá...
a livre e devasta dor de amor, de ser, de trilhar, caminhos de viver,
trilhos de ir, por aí...
escrever, musicar, ou apenas sentir e quem sabe sorrir ou chorar,
tudo isso me faz parte ir em busca ou até não sentir mais, ou quem sabe tomar um banho de mar ou de rio ou de luar,
vou-me
por aí
em trilhos... de oláres, olhares, e adeuses, sensitidos, por aí...

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Encontro de Almas

Quero ver-te de alma para alma
Nus do que antecipa o não vivido
Apenas um encontro, um encontro de almas.
Encontra-me alma
Toca-me alma, que te toco
Um encontro e uma construção,
Em contos de almas,
Criando historinha de duas almas,
Nuas almas, puras almas...
Encontra-me alma,
Encanta-me alma,
Conta-me algo sobre ti
Então conto-te sobre mim,
Vamos nos criar, alma.
Juntos, juntos em um encontro de almas,
Inspira-me alma
Vivencia-me alma
E me deixa fazer também, alma...


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Esperança, amor e bonança




Esperança, amor e bonança...
Manifestações artísticas na Tv, pra você, porque devemos amar.
Porque devemos nos salvar, é claro, da lama
Salvem-nos com o que puder.
Salvem os pequeninhos, o futuro... a esperança,
Liguem, depositem, depositem mais e mais esperança...
Deem esperanças, finanças, alegria às crianças,
Sejam a mudança e também colaboradores, de amor e de paz.
Você consegue ver aquela imagens de sofrimento e ficar aí parado?
Isso deveria tocar o seu coração, então ligue, faça algo.
Não se esqueça, o esquema é simples: O pagamento é de coração.
O valor é simbólico, ajudem, ajudem os filhos da nação.
Ouçam a canção, e aquela outra canção, e a outra...
Afinal, o futuro depende de... vós... vozes...
Quem já foi ou ainda é esperança... você acredita, então contribua!
Precisa de um mundo melhor?
Quem gosta de um mundo melhor?
Você gosta? Então ligue e ame, é simples...
E os artistas, é claro, Fazem sua parte.
Afinal, é para isso também que serve a arte.
E no final das contas, tudo é bonança, tudo é alegria,
A conta é nossa, tudo é esperança, criança...
Não esqueçam, agora é hora de molhar a grama, sorrir, o dia nasceu tão lindo...
Ser feliz é agora, pegar carona, cantar uma canção... é tão lindo!
E doar amor, ficar em paz com o coração. Isso faz bem ao coração.
E a arte, e a arte, ia a arte, vem de... vem de dentro. É uma coisa tão bonita,
Uma canção.... outra canção.... outra canção, sabe aquela emoção?
E nossa, é por nossa conta! É isso gente, é pura esperança...
É assim: Esperança, amor e bonança...


Gabriel R.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Fôlego

Às vezes é preciso tomar fôlego,
Principalmente quando o peso sobre si é grande,
Quando a respiração fica muito limitada,
 Quando não se quer dar aquela resposta...
Quando os pulmões precisam de ar em uma corrida, do dia-a-dia ? sim, porquê não.
Quando nem percebemos, mas nosso corpo está cansado, fatigado, prostrado,  sem forças...
Quando temos tensões no corpo,
Quando os barulhos da cidade são demais e nem nos percebemos, não nos ouvimos,
Quando o beijo está muito intenso,
Quando o amor é muito intenso,
Quando nos espreguiçamos ao levantar,
Quando o tempo...
Quando o corpo...
Quando.... não temos fôlego..

sábado, 31 de agosto de 2013

Ninfa



Viver uma fantasiazinha é mais que fácil,
Já vivi tantas e tantas,
Perdi a conta,
Mas um dia uma ninfa se mostrou a mim,
Ela permitiu que eu olhasse em sua alma,
Nunca mais quis fantasias...
Se existem outras ninfas ? Nem sei dizer...
Mas posso te dizer, Eu vi uma... Em minha frente.
Não acredita ? kkk, nem eu acreditei, mas eu vi...
E ainda sorriu pra mim... Sorriso de estrelas...
Dizem que elas se disfarçam de mulheres comuns...
Aquela ainda visita meus sonhos..
Sabe, cansei do silêncio dos normais, da zoada silenciosa,
Dos Contos de algumas horas, meras horas...
Agora eu quero canto de ninfa,
Presença de ninfa,
Sorriso de ninfa,
Olhar de ninfa,
Botões de rosas, Cheiro de Jasmim...
Não sei de onde veio, se do mediterrâneo ou dos mares...
Dos rios ou luares...
Fantaziazinhas, o que são elas perto de uma ninfa ?
Ninfas são ninfas, e são belas até dizendo coisinhas...
Coisinhas que eu gosto de ouvir,
Me diz ninfa, quando você vai novamente aparecer pra mim?

Gabriel R

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Horas:




Insistem em ser rápidas nos melhores momentos,
Insistem em arrastar-se, quando estais longe, ansiosas horas...
Insistem em me oferecer possibilidades, doces ou amargas em dias, em horas, em segundos...
Deixem-me em paz, quero viver o parar do segundo: O sorriso dos olhos por horas... paradas,
Deixem-me entrar, na madrugada ou no dia, nas horas
Deixem meu bem sorrir. É tão bom ver os minutos se desfazerem no ar...
Deixem de ser travessas com um pobre apaixonado pelos mínimos detalhes... Os Mares não são infinitos e lindos em suas águas como os tempos diversos em segundos ou milésimos de segundos? Eu poderia entrar no mar e no tempo por horas, flutuar no momento...
Então deixem-me horas, Tragam-ma Horas, Levem-ma horas....
Deixem-ma em eternos segundos aqui, Mais um pouquinho...  Só mais um tiquinho de  horas... Mares de segundos...

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Juliette



Juliette, disse a si... Juliette, Juliette...
Porque faz assim consigo?
Se viu em frente ao espelho, como se quisesse enxergar-se,
Começou a perceber-se mais que antes.
Quem está em ti além de ti, Juliette?
Sabes como se diz sim e não, sabes, que eu sei...
Então porque escutas o que não és tu, Juliette?
Ter decisão também é ter solidão, pensou,
Porque daria a outro esse prazer de me pensar?
Seu caminho já era mais claro que antes...

Deitou-se e antes de dormir foi tomada por muitos pensamentos...
Lembrou de todas aquelas palavras que insistiam em te visitar em pensamento, lembrou-se dos imperativos, dúvidas, desejos, vontades, possibilidades, poesias... frases... palavras, letras... sons, cores... Estava quase adormecida quando lembrou de umas palavras:
                                 
                                                ...  Palavras faladas por ela lembrando algo que leu, sussurrado

Podemos sair por aí como dois desvendadores das manhãs, tardes e noites...
Podemos nos percorrer por entre curvas, calor, fantasias, rumores..
Podemos beber, alguma coisa, juntos... em nós escrever um conto,
Podemos cantar, andando por ai, cantando pros pombos nas praças,
Podemos nos divertir pelas ruas, fotografar as pessoas andando,
Podemos rir de nós mesmo fazendo besteiras por aí,
Podemos ensaiar uma aventura, podemos viver uma...
Podemos viver o dia e a noite,
Podemos tentar a ventura, podemos visitar amigos
Podemos abrir a ventana do mundo,
Podemos pintar uma tela multicor, sorrir, não fazer nada domingo de tarde... Podemos ter segredinhos, nossos.. nossas coisinhas secretas...
Ou apenas dançar... Um jazz, um samba, um amor, nós...
Esse seu olhar Juliette...

Juliette ouvia a sua voz, fechava os olhos e sorria... Lembrava-se daquela poesia,
Menina doce e ingênua, quase nua senão vestida...
Nua, solta, à deriva, vestida,  em um tabuleiro, como uma peça de xadrez,
As vezes caminhava em frente, as vezes de lado, as vezes voltava,
Como a rainha, diria, de copas, Vermelha, sutil como uma  princesa, seguindo uma linha desenhada.
Caminho apertado...

Juliette sabia o que dizia seu coração, sentia, recusava, chorava, pensava...
Até que percebeu que lutava contra si, duelava contra si, adormecida
Porque tão inocente e tão manipulada, Seguiria  sonhos  ou  imperativos?


Já se via imergindo em outro caminho que não o seu, sentia-se até impotente por não poder fazer algo sobre isso.
As vezes até queria sorrir e fingir que era apenas um sonho e que tudo voltaria a ser como antes, mas como seria se tudo já não era há alguns segundos ? Parece que o passar das horas pesava a ansiedade e dor das possibilidades. Mas como faria para vivenciar tudo aquilo e ainda ser feliz consigo ?
Então, adormecida, olhou no espelho, dentro de um sonho, e disse:
Juliette, "quem és tu" ?
Vai ser assim a vida inteira: avós, pais, amigos, conhecidos.... ?
Nesse momento, então, ela sentiu solidão.
Aquela solidão foi o inicio de si.
Juliette ainda chorava, ainda estava triste, ainda tinha os caminhos, ainda... Mas agora resolveu ter-se a si, resolveu ter solidão e resolver-se... Talvez tenha sido o caminho mais longo de sua vida, ou o mais curto, mas o iniciou. Ainda continuava cercada de todos, continuava amada, continuava belíssima como só ela era, mas agora tinha a si. Tinha-se em decisões.
Seu sonho era como o de Alice, revelador... era ela mais uma Alice, vendo-se a si...
Seriam todas as perguntas iguais e todas as respostas também, indagou-se?
 Sim... sim, pensou, assim como os novos livros surgem de antigas palavras....
Percebeu-se então em vários significados, contudo escolheu o seu... amou, sorriu, chorou, sofreu, novamente amou... Reconheceu-se.
Descobriu que seu nome era uma variação de um outro e que significava: Cheia de juventude.
Então acordou com uma voz chamando-te: Juliette... Juliette... Juliette
...
Pensou em prontamente levantar-se como fazia todos os dias, mas preferiu apenas responder. Ficou ali, ali mergulhada em seus pensamentos... tudo era novo...

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Já não sei



já não sei se...
Já não sei por onde...
Já nem sei de ti...
Já nem sei se quero,
Já não sei se chamo-te,
Já não sei se sinto,
Já não sei se resgato aquela vontade,
Já nem penso tanto naquelas músicas,
Já não quero mais misturar sua cores,
Já nem sei se falo,
Já não sei das cores, 
Já nem sei se...

Minha voz já estava ecoando...
Eu já nem te percebia,
Uma voz faltava no meu sonho,

Bela lembranças talvez me sirvam, 
Eu já nem te percebo, parece que fostes embora, fostes ?
Me diga qualquer coisa sobre nós...

                                  Já  não sei... 
                                                             Sobre nós... 
                                                                                        Já
                                                                                              nem
                                                                                                      sei...




terça-feira, 13 de agosto de 2013

Fuxico no ouvido:



Som de mar é que nem fuxico no ouvido,
Não tem como não gostar...
chiado sussurrado, segredinho miado
Parece fuxico de amor ao pé do ouvido:
Meu bem, ei, meu bem... vou fazer um fuxiquinho baixinho assim,
no seu ouvidinho...
Barulho de mar...
fuxico no ouvido...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O véu nos teus olhos

Ontem eu vi nítido o véu em teus olhos,
Parecia de um tecido fino e as vezes translúcido,
As intenções eram duas, preservar-se e revelar-se...
Que faria eu senão observar o teu movimento,
As vezes nos vejo assim, afinados, mesmo sem palavras,
Como se tudo estivesse ali posto, e não estava ?
Mas usas o véu, não sei se por me ver seguir o seu olhar,
não sei se por não poder ainda mostrar-se, por preservar-se, Por me hipnotizar, Cleópatra...

Quando te vi na roda dos delírios e sorrisos me preocupei,
Quando não me preocupa seu bem ?
Seu bem é meu bem,
Te vi ali em frente ao desconhecido,
Tive o medo dos que cuidam, Mas percebo que és onde queres, e nada posso te ser quando eres tu.
Mas era você que vivenciava afinal,
Atravessou a porta e sentiu...
Meu coração apertou quando não pude segurar sua mão,
Acredite, nem eu sabia que me preocupava tanto...

Fui seu, você bem sabe, conhece meu olhar,
 Me excedi, como fazem os apaixonados,
Me misturei no castanho que quando sorri se enche de lagrimas,
Por quem, porquê... não sei, mas isso me deixa inebriado
E você bem sabe....
As vezes leio poesias por tras do véu,
Poesias sem fim, poesias em castanhos ensolarados,
Poesias nos fios anelados, Poesias sem som,
E as vezes mais sonoras que um estrondo,

Acalma-me o coração com os olhos,
Já que tens o poder de disparar cada centimetro de mim,
Da-me um pouco do oléo da oliveira,
Da-me um pouco do riso das tardes infinitas,
Da-me o que queres que eu estou aqui,

Não sei se me desestabiliza para me curar,
Ou por cativar-me,
O que queres Nefertiti, o sol ?
Eu ví, meu bem, rainha das oliveiras,
A semente do óleo que me cura está aí,
Assim como o nascer e o por-do-sol,

Quando vejo, por segundos,  atrás do véu,
Sorriu, encanto-me, fico entorpecido...
Banha-me com o sol castanho,
Enrola-me nos anéis de saturno,
Deixa-me ver mais de ti,

Ví o véu nos teus olhos... Vi o espelho dos seu olhar,
Uma beleza estranha, uma mistura egípcia e árabe, como o esplendor das oliveiras...
Decifro-te...
Ou me devoras ?

terça-feira, 2 de julho de 2013

Pensando... Passando...

...Pensando...Passando pela dor....

Da pedra ao diamante, em meus olhos
Do bruto ao lapidado, em seu sorriso
Da nota à musica, em sua voz
Tudo é ao mesmo tempo, em nós...ou apenas em mim...
O tempo do momento, é presente, passando...
O momento,  Existe
....E seu olhar brilhando,
Seu retrato em meu pensamento,
Um Amor, uma ilusão, um adeus...

... Por uns segundos na madrugada...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Futuro do pretérito... Subversivo sintático, novo semântico...


Meu intimo condicional, Ser ia
No futuro e no pretérito, presente.
Com um imperativo seguido do não feito, Ser e ia...
Como, Ser ia, ficar ia, far ia, amar ia, viver ia, a vida contigo... Imagino...
Viver ia um delírio linguístico: namorar ia no mar uma Ser e ia... morar ia em mar... ia na praia morar a nova semântica... Pensar ia um delírio a beira do mar... ao soar do som do mar em meu ouvido... som de espumas...
Eu tentar ia fragmentar os edifícios fixos criados em meu corpo escrito. O verbo morar, subverter ia no futuro do pretérito. Reconstruir ia, então, uma nova casa do meu jeito para melhor me olhar e me enxergar na ação, no amar, no morar, no ser...
A mar ia na beira da praia... Viver ia à beira-mar
O verbo é e ser ia com o bom e o belo... a possibilidade, o sim e o não.
Para o Mar ia na espuma me banhar: chegar ia, dissolver ia, sumir ia dentro do mar... E novamente voltar ia... Livre como uma onda.
Se na possibilidade do verbo amar... pudesse eu mudar a semântica, o faria..
E a mar ia na praia, na areia, em qualquer lugar quanto possível, viver ia a possibilidade da Morada ao lado do Mar, sentindo cheiro de Mares ia. Juntar ia essas palavras em sonoridades... Convidar ia um par a uni-se a mim em um namoro semântico.
O verbo amar poder ia em nosso mundo ser um artigo, a, e um substantivo, mar, e o sufixo pender ia para o não tirar a possibilidade da ação.
Se amar é uma ação, então eu o faria no presente de fato, na ação, e não apenas no futuro do pretérito, pois esse nada mais é que uma ilusão no presente... Então separar ia o sufixo e viver ia a ação. Eu  amar ia morar na praia, num paraíso, em qualquer lugar com a nova semântica...
Mas o amar não quer se largar de um artigo para ser mar, se o fosse, mar, ter ia outro sentido e eu juntar ia  o sufixo a uma preposição feminina... Formar ia o substantivo, apenas um substantivo escrito de diversas faces e lugares semânticos, eu sei. Incrível como as palavras podem ser tão sensitivas a quem ouve... A uma me aproximo em pensamento. A sua beleza é como a das flores e dos sorrisos... Deliro em sentidos, em meus sentidos e construções... No Latin uma junção, no grego um feminino, no hebraico um outro sentido... Quantos sentidos possíveis eu encontraria em um único substantivo próprio? Meu coração logo procurar ia um adjetivo e um verbo para formar uma frase... Faço-te e percebo-te nessa semântica.
Mas nada disso me resta, apenas o não ser, para amar.Vestido eu fui de sintaxes impostas por Outros em modos de viver, fixos e imóveis, sintáticos. Mas subverti e fiquei nu, semântico em mim mesmo, em auto-imagem rearrumada com minhas disposições.
Subverti a sintaxe para fazer-me ser em mim mesmo, a arte, o outro e meu olhar em EU... sei que isso soa mal, dever ia ser "em mim" pra fazer-se esperada à sintaxe, o juízo.
Eu, então, sou. Sou o mEU intimo condicional, criando uma nova disposição junto à ordem.
No pretérito, por um momento, quem sabe, já fui. Mas no futuro me restou o triste lugar vazio... Pois estou no presento, EU sou!
No presente eu me afirmo, EU sou, e subverto os outros  para viver o imperativo: amar a mim e depois ao outro como a mim, um movimento de autoconhecimento e outro de relação... Me vi de fora e voltei, refiz a casa. Aprendi a ser sintático, também posso saciar aos outros e às regras por conviver, mas não por viver em todo.
Mas não quero ser um imperativo, pois nada quero de imposição ao substantivo que é por si, o nome.
Quero apenas o presente de poder ter o nome junto ao meu e um caso eterno de amor... nas palavras fluidas e transparentes como o  mar. Em mar ia na água me banhar, me dissolver, ser a língua dentro da semântica...
Contudo, resta-me a tristeza dos fatos, a melancolia nas horas, a inflexibilidade da sintaxe e do dito inscrito em ti, formalidade... Mas respiro, me reconheço, reelaboro semânticas.... E  eis que o presente é novo...
Quer ia eu subverter o futuro do pretérito e formar um inexplicável. Quero andar criando um novo compreensível... Eu e Tu. Então o nós.
Ah, então Eu ser ia teu, Tu sereia minha: um sonho bom... o meu nome e o outro nome, unidos, singulares, anônimos em um sonho semântico... Um lugar onírico com delírios do imperativo amar. Subverter ia mos não por si só o fazer, mas para construir um lugar chamado: Amar.

domingo, 5 de maio de 2013

"Barrados no Baile", música, humor, comes e bebes...

Contenha-se: castração... O público estava um pouco desorientado, disperso, ou outras coisas...
Por favor, vamos tentar manter um diálogo, diziam os cantores à plateia. Meus olhos tornaram-se atentos logo. Enquanto isso a música tocava. Eu estava alí presenciando a música, eu gosto de música...
A música era de boa análise, de boa sensibilidade, tendenciosa, mas qual delas não o é?
Só que ao meu lado, ao lado do meu acento surge o inusitado gritante. Ao lado sempre acontece algo inesperado: logo apareceram os fantasiados e fantásticos...
Desculpe-me, o humor é sensivelmente contagiante... Fui barrado, mas logo contagiado novamente...
As imagens eram fortíssima, tentei até não olhar, mas elas Gritavam... OLHEEE...
O humor às vezes é tão sério, tão preciso, tão ingênuo, e às muitas vezes mora ao nosso lado.
Novamente fui barrado. Tentei mais uma vez ouvir a música, mas os transeuntes eram fantásticos,
Fantásticos, fantásticos... Uma obra prima de humor, tentei me segurar, mas não consegui.
Como uma criança que ama um bom humor, eu gargalhei, tinha personagens alí, tão ... caricaturais e distintos, e medonhos, e precisos, e ferozes, e mansos, e domesticados, e amáveis, e sonhadores, e mentirosos, e verdadeiros, e tão cheios de si e de expectativas de si que me despertavam paixão aos olhos.
O momento é tão rico e tão singelo. Um momento dentro de um momento, uma lambança de figuras em planos diversos, dinâmicos, indizíveis, sonoros, corpóreos, instintivos e quase nus...É isso, quase nus... Um baile à romana, com personagens gregos num senado... não, não, seminus, Meu Deus, quem vestiu essa gente? Eu pensei...
O humor é algo quase instantâneo às vezes, mas nem sempre, principalmente em bailes que a mesa de comidas e bebidas está tão acessível... Transeuntes amam " fazer uma boquinha", mesmo quando estão de costas para os apresentadores, músicos ou atores... Olhe, eu pensava, os transeuntes mastigam e nem ouvem a música, alguns até pedem o microfone para falar sobre qualquer coisa, que humor caótico, que humor genuíno, que coisa fantástica... Que coisa boa, pensei.
Mas uma hora tive que ir embora, não por conta da música, mas porque já era a hora dos autógrafos e perguntas desmedidas. Aprendi e me divertir naquele lugar, que era sério e baile ao mesmo tempo, como todos os dias em lugares distintos. Essa última frase, mesmo que pareça, não foi de humor! Aos cantores, muito obrigado pela melodia. Aos transeuntes, obrigado pelo bom humor.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Gabriela me convidou...

Gabriela me convidou para brincar, brincar de amor, brincar de amar...
Ah, gabriela com olhos enfeitiçadores e ingênuos, Ah Gabriela... Ah gabriela, menina morena,
Com sorriso dengoso, e também com sorrisos de canto de boca, que delícia, que maldade...
Gabriela me chamou para brincar de amor, fechei os olhos segui, voltei, parei, pensei, não pensei...
gabriela me brinca e me deixa brincar, ah Gabriela....menina mulher, as vezes parece que nem sabe o que quer.
Ela me chamou: " vem, moço bonito", me convidou,
Êh, gabriela, beijo de cravo, suor de canela...
...
Gabriela me convidou para brincar, brincar de amor, brincar de amar...

A monotonia do dito

O dito que me disse,
o disse que me dizes
do dito que me dizes...
E pedes que te ouças,
e exiges que te queiras,
e nisso nos divides.
Nesse dito que me dizes
nada mais que ditos,
Prefiro o indito de ti...

Para quebrar a sonoridade da monotonia.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Meu Mestre e Minha terra

Meu Mestre e minha Terra são parte de mim, estão na minha pele, sangue e mesmo que não pareça em todo nos fios dos cabelos e na cor dos meus olhos. Se eu penso, eles me pensam, se eles me pensam eu também penso. Isso é mais do que a razão e o sentir, é o que constitui em mim o belo, o feio, o puro e o impuro. Meu mestre é racional, duro, cientista convicto, metódico, obsessivo, e de uma rigidez quase puramente moral, mas não o é de todo. Ele me iniciou na linguagem, na palavra, nos modos, na voz, no agir, no sistematizar e em tantas coisas que não dariam para contar em umas linhas. Meu Mestre tem  ar parnasiano e pés descalços, quase uma mistura de rigor e simplicidade.
Minha terra, ah... Minha terra é meu doce, é meu mel, é a comida que me alimenta, é o sonho que me faz voar pelo vento, é o som, é a música que eu tanto amo, é a sensibilidade inexata das cores, é poesia e soneto que nem os mais talentosos de todos os outros mestres que tenho em mim conseguiram elaborar. Minha terra me pariu, me ninou, me amou de maneira inigualável. Ela me deu o sotaque, a ginga, a melodia, as outras palavras, a malícia, a dança, o toque, o cheiro, a pétala e até a rosa... Ah, como eu amo profundamente minha Terra. Minha Terra me deu cada átomo, molécula, órgão, sorriso e a nudez que hoje tenho. Sou admirador sincero da Sua arte simples, firme e desmedida. Tenho certeza que ela preferiria ser chamada por terra, mas eu insisto em chamá-la por Terra.
Que mania a minha de querer colocar coisas indizíveis no papel, não sei se o faço por dever ou por simplesmente lançar, como também não sei por que tanto tenho de meu Mestre e de minha Terra... Isso que eu não sei dizer é quase uma mistura de luz em comprimento, velocidade, intensidade, em teorias e em simplesmente iluminar. Ah... meu Mestre e minha Terra.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Festa ambígua




Fui convidado para uma festa ambígua, achei até estranho demais tudo aquilo, não sei se era cena ou realidade. Creio que uma cena bem projetada. Vestir-me então pela metade.Quando menos esperei estava eu participando ativamente, mesmo que pra alguns passivamente. Quer dizer que fui convidado a participar de uma festa surpresa e nem me mandaram um convite? A princípio foi estranho perceber que tantos aparentemente íntimos e outros nem tanto me olhavam e me falavam de coisas bárbaras, lindas, firmes, dúbias, mentiras... por hora alguns olhos diziam verdades, a luz de um olhar não mente, e se o faz é por está sedenta, mesmo que de morte ou vida. Não fosse meus pés no chão, eu até acreditaria, ou melhor, embalar-me-ia com o som, desfrutaria em primeira e segunda versão. Um teste, talvez. Mas na posição confortável continuei, até porque era a minha verdadeira e habitual naquele lugar. Mas não era uma festa surpresa, pois bem. Tudo estava acontecendo naquele momento ambíguo. Acho que cada olhar desfrutava de seu momento ambíguo. Enfim, continuei a me colocar da maneira de sempre, afinal esse era eu, em minha forma completa, completa não, multifacetada, como a todos nós todos os dias... Vi uns olhos esbugalhados, uns sorrisos falsos, umas velas acesas, uma musica fúnebre, um cenário de um palco, algo sendo dirigido como numa cena. Por um instante pensei que fosse um delírio, mas não era. Era nada mais que a realidade multifacetada. Uma realidade que pode ter ao menos dois sentidos. Poderia eu confundir um momento ambíguo com a um excesso de metáforas, claro que sim! Não é também para isso que servem as metáforas, para dar ao menos dois sentidos? E quando o mergulho é um pouco mais fundo no caldo da palavra, então se cria uma ambigüidade de sentidos e sensações que já existe, mas que é preciso um pouco mais de atenção para se saborear. Pois é, E então em meio à realidade cotidiana e a festa surpresa eu preferi a realidade, nua e cotidiana. Ou o que fazia sentido nessa realidade. Então filtrei o que era parte da festa. Tudo ficou normal para mim, na verdade o estranhamento me é normal também, não costumo entrar em jantares gratuitos. E que bom que se fez feliz, e quem sabe satisfeito, quem festejava no final da festa ambígua, na realidade dúbia, na dupla presença: falada, pensada, sugerida, fônica e afônica. Uma cena, uma cena cotidiana.





quinta-feira, 4 de abril de 2013

Não me ponha sobre a mesa

Não me ponha sobre a mesa, nem contra a parede,
Não sou seu, e nem te peço que me faça uma mesa,
Dê-me apenas o que for livre, aquilo que flui sem compromisso,
Não me force a aceitar suas vis recompensas, nem a me vender por donativos,
Querer me submeter a quê, ao seu bom querer?
Não, de fato eu me reconheço no espelho.
E por sinal minha mãe já me apresentou ao espelho há alguns anos atrás,
Depreciar minhas escolhas não me fará desistir delas,
Pois eu sei, eu bem sei, que quem dá valor as vis palavras é o ouvinte,
Sem ouvidos atentos as palavras são apenas sons despercebidos no vento.
Ainda que eu veja exclamações no final de uma vil afirmação, sei que na verdade o verdadeiro lugar é de uma interrogação. Como também sei que sugerir pode estar implícito em uma exclamação ou numa pergunta...
Poupe-me de intenções disfarçadas, e obrigado pelas simples e sinceras.
Não me ponha sobre a mesa, nem contra a parede,
Não, eu não quero!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Venho me visitar




Olá, meu amor, disse-me baixinho essa manha,
E me vi sorrindo de olhos fechados,
Encontrei um banquinho ao meu lado e acheguei-me,
Então vim e venho me visitar todos os dias ....

Venho sonhando desde a infância,
Venho andando e já posso ver as peças desses mapas,
Venho tentando fingir para os fingidos,
Venho cantando em um tom despercebido,
Venho até respirando ares puros,
Venho me dizer o que penso,
Venho afirmar o que quero,
Venho dizendo Não, Não Quero.
Venho descobrindo o incomum em mim,
Venho percebendo que não gosto do doce que você deixou em minha boca,
Venho tirando tijolos dos muros antigos,
Venho Andando devagar,
Venho divagando nos caminhos do agora,
Venho ouvindo  os cantos de Antigamente,
Venho lendo poesias de almas iluminadas,
Venho perdendo o senso da realidade,
Venho construindo o que acabei de quebrar,
Venho todos os dias perguntar a mim mesmo,
Olá, meu amor, como você está ?


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Meio assim...




Estávamos meio assim, meio prazer, meio medo de querer.
Estávamos meio assim, em meio a dor e o amor.
Meio assim... vaidade e suor
Meio imorais, com suor na pele, meio que calados...
Meio salgado e meio doce na boca,
Estávamos meio assim, meio estranhos e meio íntimos nos olhares.
Estávamos meio assim, meio eu e meio você nos corpos
Ficamos um assim. O medo com desejo e o pudor com a ardência.
... Meio que rindo, Meio que sentindo...
Perdidos num lugar que só existia nós dois e toda aquela louca vontade, da porta pra fora a realidade.
Mas continuamos ali em meio ao que nem sabiamos que iria acontecer.
E nós, ficamos perdidos no meio do caminho ?
...
...
...
...
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