domingo, 27 de março de 2011

o que é :

Não é a mera definição. Então me pergunto e reflito:
O que não se pode ver
O que é preciso e é de fato antes de se tornar concreto
O que se passa pelas mãos e vai embora levando as lagrimas da perda, na verdade não se tratava do que é na essência ?
O que é abstrato quando se dilui em entrelinhas, destinos, crenças e sonhos
O que se vê, mas não se pode tocar
O que não se pode ver, mas se sente e se percebe
O que é concreto, tátil, sonoro e visível
O que é destino
O que é acaso
O que é real ou virtual
O que se pensa não poder , mas é
Então chega o que é - essa grande interrogação -  e toma se lugar.


inspirado na conversa com uma amiga: Gabi http://eunaosoulegal.blogspot.com/

Gabriel Revlon

sábado, 26 de março de 2011

Ontem, Eu e a Cidade.


Ontem eu me vi na Cidade, me confundi em suas avenidas, expressões, nos movimentos, na arte de viver cada momento. Ontem eu vi que a cidade não Para,
A cidade: esse lugar que é o homem, esses homens que são a cidade, essas ruas que são a cidade, essas cidade que tem ruas, essa paisagem que se confunde a todo momento ao ponto de eu não saber qual é a partícula fundamental de toda essa trama, de todas essas vidas, de todas essas formas, de todas essas expressões, de tudo o que se vê e daquilo que não se vê, mas se sente!
Ontem de noite estava andando pelas ruas de Itapuã
Ontem vi sorrisos, abraços, beijos e lágrimas,
Ontem vi um homem dormindo na rua,
Ontem eu conversei com pessoas,
Ontem vi pessoas se divertindo enquanto outras trabalhavam,
Ontem uma senhora vendia rosas vermelhas, uns olhavam para ela e negavam com a cabeça, outros nem a olhavam,
Ontem alguém morreu, e compraram flores para seu enterro, mas não foram rosas vermelhas.
Ontem o sopro da vida se anunciou para quem chegou ao mundo entre lagrimas e alegria,
Ontem pensei em desistir de tudo e fugir para bem longe – onde não há problemas – mas então percebi que esses problemas estavam comigo e fugir não seriam a solução.
Ontem andei pela cidade.
Ontem Falei com um desconhecido, nem sei se ele deu importância. Talvez tenha sido apenas função fática – olá olá , tchau tchau -
Ontem vivi momentos que não voltarão, e talvez eu sinta saudade, outros nem lembrarei.
Ontem olhei para o mar e pensei. Enquanto as ondas vêm e vão, a cidade não para...
Ontem pensei em dizer várias palavras para alguém, mas não as disse
Ontem me afoguei no cansaço dos dias normais e quando me percebi estava tenso, pálido, frio, calculista, quase uma maquina...
Ontem eu vi as maquinas que se movem na cidade.
Ontem conversei com uma pessoa muito especial.
Ontem eu acordei para viver mais um dia cotidiano.
Ontem eu vi o quanto o homem se esforça para não amar seu próximo, enquanto outros amam sem pedir nada em troca.
Ontem eu quase chorei, estava muito cansado de tudo, resolvi deitar e o fiz. Coloquei um fone no ouvido e comecei a ouvir uma música que me levou pra longe de tudo. Vi-me sorrindo e novamente me senti - Eu mesmo-.
Ontem eu vi a cidade se mover em ruas, becos, avenidas, lojas, lagrimas, sorrisos, olhares, fingimentos, amores, musicas, de quê eu estava falando mesmo? Ah, sim! Das várias formas de expressão da cidade? Não, não foi isso... Ah sim, falei que a cidade não para, falei de mim ?
Enfim, ontem eu vi a cidade em mim e me vi na cidade!

Gabriel Revlon

segunda-feira, 14 de março de 2011

Choque Alguém Hoje


                                                             
Mostre seu EU pra o mundo, Tira essa roupa toda, tira essa cara maqueada.
Sinta o mundo da forma que você queira, e quando te olharem de lado, Sorria!
Mude, Encare, impeça, aconteça, afirme, firme, desconstrua, Já!
Ande pelas ruas dando risadas, quando acharem estranha sua alegria, então gargalhe.
Mostre Sua cor, Sua pele, Seu Ser, Sua Essência pra quem quiser ver. Goste quem gostar.
Dê bom dia a um mendigo, Leia um livro, Leia poesia, Fale besteiras, fale verdades, mas fale algo, algo que choque uma pessoa. Mas por favor, nada de exageros!
A intenção não é reprimir nem construir nada, é de derrubar os edifícios. Mas tem que derrubar com força. Derrubem o edifício mais belo de todos, aquele que custou mais caro para mim e pra você.
Saia desse espelho e jogue ele pela janela.
Corte, pinte, rasgue, liberte.
Se nada resolver, Nasça novamente.
Crie palavras
Faça um texto diferente
Largue essa .... dessa TV!
Fale menos e haja mais, dê um abraço no seu irmão chato, Cante algo desafinado, mas cante como se fosse um astro ou uma estrela!
Fuja
Corra
Se desespere, arranque os cabelos e se acabe de rir disso.
Faça o Amor valer apena, faça aquela coisa que você senti que é certa, mas que por causa das pessoas você se esconde.
Desfirme, contripe, anstate, colonie, azume, sipaze, atanfe, e seja feliz!
Faça pelo menos uma coisa pra desconstruir o que te deixa fora de si mesmo e choque aquela pessoa que te reprime com um sorriso. Mas fala algo bem espalhafatoso para que ela fique atônita, assustada, louca de raiva por te ver sendo o que você ama ser, você mesmo.
Mostre seu EU pra o mundo, Tira essa roupa toda, tira essa cara maqueada. Fica nu, nu em sua alma para que transpareça pro mundo sua verdadeira essência!
Ah, não se esqueça. Fale sua linguagem independentemente do que alguém possa achar.
Só mais uma coisinha, você não acha muita invasão de ‘Eus’ Alguém está querendo achar, mandar ou pensar de você ?
Então Choque Alguém hoje!

Gabriel Revlon

sábado, 12 de março de 2011

Afrodite


                                                                 
                                                                 
       Vinda das espumas do mar, ela chegou ao amanhecer. Com muita energia, alegria, e muito decidida lançou seu olhar aos mortais. Pouco a pouco vários homens aos seus pés cantaram, pediram, tentaram, Mas em seu corpo e sua alma transpiravam e desejavam desafios. Ela não se encontrou em nenhum deles, sobrou-lhes apenas seu rastro.
Seu vestido era branco e quando a água do mar o tocava transparecia sensualidade, mas sua luz era forte e intensa ao ponto de não conseguirem, os homens, vê-la em essência. Alguns homens diziam que seu vestido era dourado, outros diziam que ela estava coberta por fogo incandescente com tom de ouro, outros não conseguiram descrever. Contudo às águas ainda percorriam seu corpo, ousadas, velozes, aflitas... Insistiam em derramar sobre sua pele. Dos seus lábios derramavam mel incandescente, e sua boca entreaberta sussurrava sua chegada, como se o ar não fosse suficiente para seus pulmões. Então seus olhos encontraram um mortal. O que teria de especial para que Afrodite o escolhesse? Sem explicação ela o levou para uma cachoeira e ficaram a sós. Sua decisão era o bastante.  Ao olhar para ele novamente não surgiram palavras, apenas certezas. Os olhos se fecharam (...) porem não se calaram. O som das águas gotejava sobre suas peles. E então eles se tocaram, confundiram-se, encontraram-se, beijaram-se...
Como violinos rasgando o ar ecoou o som de amar, então os violinos seguiram o compasso mais suave, um deles apenas dedilhava sons bem devagar, porem com a intensidade da imensidão, coisa que não se explica, que escorrega, purifica, acaricia, impede, mas logo pede e sufoca.
      Estava aquele Rapaz, diante da primavera, do verão, do calor e tremor... Entre corais e prazeres. Mas apesar de parecer impossível, impossível?  Não, senhores, foi mais real do que conto de fadas aos olhos de uma criança deslumbrada. Ela transpirava amor e desejo nos seus seis sentidos. E seu sexto sentido não foi revelado a nenhum outro mortal. Depois que eles se diluíram com as águas em forma de amor apenas restou um escrito em forma de texto poesia numa pedra a beira da cachoeira. Em uma língua indecifrável estava uma frase bem no final da pedra, nunca desvendada. dizem que ela foi uma dedicatória de Afrodite ao seu amado. Afrodite era viva e amável. Como a estação do ano era a primavera ela deixou em uma única flor seu cheiro puro, marcante e essencial.  Duas borboletas guardam esse segredo. O amor Deles dois ficou na eternidade.
Dizem que a partir de então todos os dias quando o sol nasce deixa um tom dourado e vermelho, e se prestarem muita atenção ouvirão o canto do amor de Afrodite e seu amado.

Gabriel Revlon

terça-feira, 8 de março de 2011

Amanhecer



Ainda existia escuridão, mas já transparecia um azul acinzentado no céu. A beleza se fazia presente em meio às ondas que chegavam à praia e deixavam o som tão característico do vento se misturando a água e a areia em segundos, porem  por repetidas vezes, até  todas as ondas se acalmarem na beira do mar. Elas enfim chegaram em seu caminho final, ou quem sabe voltariam  ao oceano ?
Aos poucos os traços tímidos de luz se faziam nas bordas infinitas das nuvens. A luz deixava uma mistura de cores desde o amarelo dourado até o vermelho amarronzado ,só que a luz estava concentrada ali ainda. O sol ainda não havia nascido por inteiro. Pouco a pouco o Sol deu seu esplendor, chegou e fez da noite um rastro acinzentado, na verdade tendendo ao branco, já que a luz diluía a penumbra...
Lentamente tudo foi ficando claro, Era isso! Tudo se fez claro. O sol estava ali, só que esse era o momento de aparecer em seu esplendor. Então minha vida se fez clara, alva e transparente diante do inevitável. Agora já havia luz intensa, então comecei a sentir o calor que chegara com a luz.
Olhei para o chão e peguei dois coquinhos, fiz um jogo de probabilidades, fiz pedidos à Deus, e me vi totalmente envolvido por tudo o que não existia. Ali nasceu o novo dia na minha vida.
O sol era visível, mas eu não poderia tocá-lo, mais que pretensão a minha querer tocá-lo.
Sei que Havia algo muito especial naquele dourado, sei que o dia seria Radiante, assim como o sol, sei que seria alegre como a luz que lhe era aparente.
Após contemplar o amanhecer fui para casa e no caminho pensei : o que esse novo dia tem pra me mostrar, pra me ensinar? Quero simplesmente viver para descobrir e clarear tudo aquilo que ainda se esconde em uma fina camada de escuridão.

Gabriel Revlon

terça-feira, 1 de março de 2011

Instintivo:


                                                                


Homem Natural, que é Inato e biológico se revela, se despe momentaneamente  da razão e se percebe unificado à inteligência primitiva que faz acontecer a vida desde o ventre até a morte. Insiste, Nega,Sente, Teme, de maneira Involuntária e Natural Tenta o Incompreensível  para viver a Vontade sem explicação que o corpo Ordena.
Como um animal defende a si e aos seus, observa o natural e interpreta, associa e então cuida, luta, protege, observa e realiza. Às vezes se sente o leão que ruge, domina, surpreende e com precisão vai até o pescoço da presa com um golpe certeiro, golpe que pode mudar todo o destino, transformando o instante em morte para um e vida para outro. Assim como o ciclo natural se ver como dominador ou casualmente a presa surpreendida. Às vezes olha como águia que com paciência e visão apurada despenca do despenhadeiro e mergulha para seu objetivo, às vezes como as aves, exibe sua beleza para cortejar o parceiro.
Automático e espontâneo o ser humano nasce para criar sua história. Sem perguntar, Mama e sente o cheiro de sua mãe. Suas habilidades estão escritas no DNA e então ele dá o primeiro passo, cai, levanta e anda... Acorda no outro dia se queima e sente o fogo... Acorda no outro dia e mais uma vez se espanta com seus desejos mais profundos, primitivos e insatisfeitos.
O homem, o animal instintivo às vezes tenta reprimir suas Ações involuntárias, seu interesses involuntários por causa de idéias e ideais, só que lá dentro ainda existe uma chama que não se apaga. E pode explodir qualquer momento.
Sem falar nos atos combinados que deixam transparecer o desejo de se trabalhar ou fazer coisas imediatas de forma semelhante ou distinta em momentos oportunos ou não. Onde um grupo opera ou onde dois ou mais podem participar...
A vitalidade depende das nossas paixões, depende de nossas ações instintivas.  Quando somos crianças, adolescentes, jovens ou adultos nos expressamos, criamos, sentimos, amamos  e vivemos nosso ser instintivo. Alguns tentam reprimir, mas a tendência é que surja em outro momento o impulso instintivo, de forma suave o extrema.
A linha entre a Arte, o pensamento, a aprendizagem e o instinto não é de divisão, mas sim de  interdependência . E ação conjunta - dessas subdivisões do ser – é necessária. Qual a linha tênue entre a inteligência e o instinto, já que são inatos ao homem e necessários à sobrevivência, à condição humana, à disposição de conviver com sua espécie e com o mundo?  Existe arte que brota de nosso corpo e se expressa na música, na dança, na pintura, na construção de uma casa, num rabisco no papel, na plantação de frutas e verduras... Há também arte primitiva que brota de nossa condição humana, tudo isso faz parte de nosso corpo e de nossa inteligência, tudo isso é parte daquela inteligência escrita em C, G, T, A no nosso DNA e são traduzidas em expressões primitivas e inatas.  O instinto é a arte inata que guia o ser á preservação e manutenção da vida.
O homem instintivo tem um leão que ruge no se interior, que quer mostrar o seu lugar no corpo, no ambiente, na sociedade. È inútil manter essa prisão de parte de si mesmo, pois não somos apenas racionais. Precisamos dar liberdade ao ser instintivo, pois o tempo urge e o corpo pode não agüentar.  Os agasalhos são importantes, mas o frio também.  A Racionalização sistemática da modernidade modificou o homem, modificou seu equilíbrio interno. O equilíbrio das emoções, o equilíbrio das sensações, o terreno do instinto precisa ter espaço no copo. Porque não somos só racionais. A homeostase  é fisiológica, emocional e instintiva. A falta de elementos pode prejudicar o equilíbrio.  É preciso deixar fluir o que está preso em nós. Simplesmente deixar fluir.  Porem sem deixar de ser racional e sem intervir na vida do outro de forma que comprometa sua integridade física e moral. Porem vemos na sociedade a interferência das pessoas de forma “racional” na formação do ser social e isso muitas vezes prejudica o outro em parte de sua aprendizagem e conseqüentemente a sua vida. Em prol de uma organização social, reprimimos comportamentos muitas vezes necessários ao homem.   Daí vem a questão, o que é melhor, o que é bom, o que é ?
Então que se deixe acontecer, porque algo aqui dentro : Insiste, Nega,Sente, Teme, de maneira Involuntária e Natural Tenta o Incompreensível  para viver a Vontade sem explicação que o corpo Ordena. Se é Certo ou não, Quem poderá responder ?

Gabriel Revlon