quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A alma das palavras


http://www.pipocadebits.com/2009/07/impressionante-arte-na-fumaca.html


Elogios são bons, assim como sorrisos, podem ser de alma para alma,
Sorrisos são lindos como "lindos sorrisos" impregnados de arquétipos ...
Almas são livre e fluidas, transpassam os dedos e os olhos que cortam como navalhas,
Almas são leves e soam da mesma boca que pode moldar o intencional,
Como aprisionar a alma das palavras ?
Como fingir o que o corpo quer falar, imperativo assim como o desejo.
Ainda tenho a alma de tudo o que escreves em mim, 
Tive o que foi transcrito.
Terei letras soltas para colocar na vida. Mas ainda assim elas serão etérias, como fumaça branca e transparente na tela da realidade,
A alma das palavras, somatizadas em mim são como a alma dos sentidos!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O sacrifício necessário

O voo foi apenas uma tentativa de aprender a voar, mas não houve volta
O desejo de não voltar foi maior do que o desespero por querer estar preso a ti, mãos acorrentadas.
Então voei e voei, e quando pensei em ti já estava longe demais. Então sacrifiquei o teu desejo dentro de mim, tornei-me EU Mesmo.
A tua voz, voz que acariciava, distanciou-se
A perda revelou-se em paciência
A espera acordou o sentir por dentro aos poucos
O sentir demasiado precisou ter paciência
Aquele amor conflituoso foi apenas um processo, um corpo para o sacrifício
O processo, amor, ainda é vivenciado em minha asas, enquanto a pressa foi-se embora. Foi necessário !
Hoje espero mais, deixo o sol se por em horas a fio e fico atento.
Quando o gosto chega ao meu paladar sinto e saboreio aos poucos.
O sacrifício de ti foi necessário para descobrir quem sou EU,
Aquele eu escondido, com letras miúdas, aquele eu não pintado,
Aquele eu ansioso e quase desesperado por ti.
Hoje eu aprendi a aceitar o tempo e também descobri que o sacrifício foi necessário.
Reconheço-me e tenho paciência. Teu amor foi verdadeiro, foi no seu tempo.
 E hoje sou Eu, a vida e o presente!
Peguei-me no voo e Tornei os ares, Sem aquelas mão sedentas por minha liberdade!


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Quando as bocas se encontram


Quando não se pode negar ,
aproxima-se com a boca entreaberta e ...
Então as bocas sedentas se encontram meio que indecisas,
Deliciam-se, misturam-se as saliva, as línguas, tudo vira uma grande loucura, doçura !
As palavras em volta se confundem: espanhol, chinês ou português... Nada se compreende direito,
Quase um conto de fadas da china...
Onde uma faísca  acende a lamparina,
Enquanto o mel derrama da boca e a outra procura,
as línguas esquivam-se, embolam-se,  provocam-se,
em Si, quase dizendo sim, não fosse todo o esforço por se perder na boca de outrem.
Alguém que faz uma coisa louca com a boca,
Uma delícia,
malícia,
Coisa maravilhosa que vicia, a tua boca Macia,
Boca que tem uma saliva quente e doce,
Boca suculenta que quer ser devorada,
molhada, sugada,
Boca,
A tua boca, uma delícia....
Queria entender o que existia em minha volta, Por um segundo tudo parecer estar fora do ar,
falta de ar, e tudo volta a se beijar novamente, Quase um conto de fadas da china, menina,
Boca intensa ardente me beija, e tudo fica em silêncio

sábado, 3 de dezembro de 2011

Tinta na tela


Tinta na tela, pele branca riscada de tinta preta,
Tela pintada de escuro no olhar,
Boca macia e indecisa,
Boca marcada de batom quase apagado,
você desenhada em sombras e eu me deliciando na sombras e sobras do seu mistério,
Imaginando (...) Beijo que encontra a boca depois do rosto tocar (...) Coisa remexendo dentro da barriga,
Coisa que você me faz...

Você aí deitada, pensando
Você aí pensando em viver ou se despedir,
Enquanto isso a sombra maliciosa cobre seu corpo e meus olhos aqui, curiosos, mirando os teus pintados...
olhos demarcados, boca pintada, sorriso de quem gosta de ser mirada...
E eu, aqui, querendo ser com você.

Minha tela pintada de realidade.
Minha arte desenhada na pele nua,
Minha musica que insiste em sair da inspiração,
Você, minha sensação de está quase completo.
Você, tinta na tela, e eu aqui, diante de ti...




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A palavra que me tomas


São tuas as palavras, Apesar de saírem de minha boca.
Minhas palavras são menos letras do que vontade de um pensamento,
São para te enfeitar, para te deixar em agonia, para te devorar, para te saciar...
São fluidas como um suor que brota da pele.
São fortes como a dor e intensas como a agonia,
São excitantes quando tocam teus ouvidos sussurradas, quentes e prazerosas,
São o encontro do verbo com o sujeito, Querer o desejo!
A palavras é: fulgor, tremor, dor, Sabor, odor, Agonia, Culpa, coragem, escritos em Sim!
E o pensamento se faz Claro aos olhos que acham que a realidade é o próprio mistério escrito nos signos, Apenas signos, uma vez, escritos em palavras.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Odara





O belo, Iorubá.

Dança, Explicíta o que és Odara: sensual te perdes na dança, sexual te impões a lança.
Afro Amor, Instintivo despudor, Canção do impulso, dança do corpo impuro, puro, caçador, devorador...
Odara, Odara, Odara, o canto se repete, os pés batem o chão em sintonia, os tambores incitam a dança.
tu pá, tudu pá, tu tru pá... os quadris se remexem, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. o suor corre o corpo negro, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. A mulher fantasiada se despe, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. O homem com vigor se lança, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. A pele se arrepia e inflama, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. A racionalidade pede licença e sai cabisbaixa, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. A voz firme Grita e experiencia: ODARA, ODARA, ODARA.
Os corpos se envolvem, o suor desmaquila, os pudores se desvestem, os olhos tomam ares de sedução,
O corpo dança e dança, Odara... 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma Leve impressão sobre liberdade



As vezes acho que a liberdade é apenas um conceito, Quiçá uma essência perfumada dissolvida no ar, algo que é impalpável. Aquilo que é procurado por nossos sentidos, mas quase nunca encontrado. Pois é, as vezes fico angustiado por ver que a demanda social por nossa liberdade e por nossos desejos é capaz de secar a fonte de desejos que habita em cada um ao  ponto de nos tirar as chances de liberdade que estão tão próximas de nós, porem de forma potencial. Então o que é a neblina ainda visível no amanhecer se dilui com a manhã, entardecer e anoitecer. Alguns de noite encontram neblinas também, mas dizem que só de madrugada quando todas as vozes se calam, então surge do ar a neblina para envolver a natureza, a natureza indomável onde mora a liberdade.
As vezes em meio as pessoas fecho os olhos e tento esquecer de tudo em volta, tento não pensar em nada, ouço uma musica e deixo seu som tomar a madrugada de meu ser, meu momento de calar as vozes e refletir, aí a musica invade meus sentidos ao ponto de me arrepiar. Quando sinto que além de minha audição os outros sentidos se embriagam na essência da musica tenho uma leve impressão sobre liberdade.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cheiro de manga madura

Um cheiro doce, em algumas levemente azeda
Um cheiro suave que dá água na boca de imediato,
Um cheiro que pede uma mordida,
Uma mordida que fere a casca, adentra na carne e suga o mel adocicado,
Hum.... Cheiro de desejo que nem cogita uma reflexão, quase que ordena uma mordida.
Há o instinto que só se sacia quando fere a casca e experimenta a carne.
Experienciar é sair do cheiro e chegar no ápice do gosto de manga envolvido  por saliva, sem falar nas serotoninas e outras coisas mais...
E quem é que resiste e não morde ao ver uma manga madura ?
Quando eu sinto o cheiro de manga madura, salivo, cheiro, mordo, me delicio...
Cheiro de manga madura é coisa que não se esgota em palavras, só sentindo pra saber o que é!
Ah, cheiro de Manga madura....



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Onde mora a loucura ?

Hoje uma mulher me abordou com falar motivado,
fazia-me criticas sobre as pessoas de seu convívio,
falava-me do mundo como se fosse uma ferida aberta
sendo contaminado pela hipocrisia, desonestidade,
falta de amor, pelos fingimentos. Disse-me que havia
sido internada, que muitas vezes já foi humilhada, que tem raiva das pessoas
que deveriam ser verdadeiras com ela, mas não são, são mentirosas
e o pior de tudo é que ela percebe isso. Disse-me também que o único motivo
para se manter viva é uma pessoa, aquela que ela mais ama no mundo,
apesar de já ter algumas vezes tentado se matar.
Seus olhos estavam desesperados, seu corpo clamava por um tipo
de liberdade que só existe dentro dela mesmo. Sua dor flutuava em gemidos,
suas lagrimas se derramavam em sua face desacreditada. Ela sofria por desacreditar
nas pessoas, no mundo, na vida...
Eu me pergunto, onde realmente existe loucura, onde existe a prisão, onde existe
falta de amor, onde nós estamos vivendo nossa normalidade que
simplesmente aceita viver dia após dia aceitando esse mundo desordenado?
Essa mulher me dizia coisas, e eu me questionava, emocionava-me, ouvia,
entendia umas coisas e outras não entendia. Talvez não fosse pra entender mesmo, apenas
para sentir e refletir.
seus gemidos eram de medo, revolta, sofrimento, algumas vezes de amor, muito amor... Ela tinha os olhos vermelhos de lagrimas. por vezes tinha ares de reflexão, como um olhar vendo o por-do-sol...


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Contraditório cientifico



Os homens lutam por construir o conhecimento cientifico, fragmentam o saber. Um tempo depois, com teorias, tentam reorganizar esse conhecimento relacionando algumas partes do que foi fragmentado anteriormente. Então nacem as ciências da divisão do saber: Fragmentodologia, Repartidologia, Compartimentodologia do corpo, da mente, do mundo. Essas são as novas ciências que em parte se explicam por si mesmas, em parte buscam o conhecimento integrado, são as novas ditadoras e guiadoras do "saber" no mundo científico. Quando os poderosos se interessam pelo  fragmento do bolo do saber, investem bastante e muitas vezes justificam tais investimentos em melhoras para a humanidade. É claro ! Não  nos esqueçamos que quanto mais serventia ao capital, melhor remunerada, quero dizer, melhores investimentos alcançarão aquela ciência.
Mas eis que um dia, fulaninho lá do norte, faz uma teoria  integradora, transdisciplinar, multidisciplinar e ganha um premio grandioso por isso. Pois bem, se era pra fragmentar, então premiamos unificar? Claro que sim, eles dizem, temos que unificar o saber ! Eis o que não se entende, mas se concorda. E sabemos que há justificativas para cada passo. Então continuemos assim. Fazendo ciências e premiando os grandiosos por simplesmente fazerem o caminho contrário. Eis o construção do conhecimento no ocidente e o que fazemos desse conheciento.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Rosa Flor

Ardente, quase me inunda com seu aroma penetrante, vicioso, contante, inconstante, já não sei, Rosa Flor. Tens o olhar do dano, do alívio, do trago, da lenta sensação seguida de um sorriso de quase cansaço. Prende-me em ti,  pede-me e me sacia, Rosa Flor. Olha-me, cheira-me, prova-me, Rosa Flor, Rosa dor, Rosa amor ?
Estamos Vivendo,sentindo, fingindo, querendo demasiado, Rosa cor, Rosa angustia, Rosa Flor. Te sou, Es Eu, somos nós e o mundo, alimentamo-nos de mel, polem, luz, palavras e tudo o que não se diz, mas Existe.
- Desculpe-me Rosa Flor, Por um instante me perdi em seus olhos

Seus olhares,




Cidade de Salvador 17:00, voltando para casa.

Pessoas voltam para seus lares, por um instante a cidade ensurdece, então os olhares expressão o que não se diz com palavras. São seus olhares, cidade. Olhos desconfiados, admirados,  perdidos, procurando ou quem sabe vigiando? Alguns se reconhecendo, sim, outros lascivos não deixam aquela cena passar, Há aqueles sonolentos que se abriram antes do dia amanhecer,há olhares de julgamento também, por um momento também encontrei uns submissos, olhares de pantera querendo devorar, olhinhos de criança cariosinha, olhos de mulher, olhos esbugalhados, mas poucos deles se impressionavam com a cidade rotineira e ensurdecedora de todas as 17:00 da tarde. Vi uns olhares olhando para dentro, onde o que se sente se confunde com o que se vê, olhares sugerindo lembranças, miradas lentas e velozes, saudosas, excitantes, perversas, voluptuosas, havia muito naquelas miradas que traduziam fatos ou idealizações. E as ruas da cidade seguindo seu fluxo de volta para casa, com seu olhos no outro lado da pista, velozes, passando a 60km/h deixando apenas um rastro de cor.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ciranda


Foi em uma noite de primavera em Petrolina,
As luzes estavam aflitas e a  festa acontecia, a música tocando,  os passos se fazendo, os sorrisos escancarados surgindo nas pessoas,
Uma leve embriaguez, em um momento sublime, pairava sobre quase todos.

E eu perdido no meio daquela Louca paixão, daquela dança desordenada, dos sons do sertão, do cheiro de terra, eu era um errante com meus passos de criança cirandando numa festa da cidade de Petrolina, bem  ao lado do São Francisco.
Havia um palco iluminado em minha frente e ao meu lado uma imensidão de vozes falando coisas sem sentido, existia em mim uma agonia silenciosa que explodia como uma emoção apertada em alta pressão expandindo para o infinito. Eram muitos sorrisos brotando de mim. Meus olhos se fechavam e se abriam, lacrimejavam e eu me percebia dançando, mas quando eu não percebia o que estava acontecendo eu apenas sentia o momento e deixava-me embriagar na imensidão de toda aquela magia.
O que não reviverei da mesma maneira...  Mas amei aquele doce momento como se minha vida fosse  extensão dele.    
A única coisa que vinha a minha mente era sentir, sentir, sorrir, tentar encontrar qualquer coisa que me fizesse querer senti cada vez mais.
Então todos deram as mãos e a ciranda começou. Aquela alegria irradiava de todos e se concentrava no ar. A poeira subia, os cabelos se balançavam, os cheiro se confundiam, e uma união se estabelecia entre homens, mulheres e crianças. A  canção sonorizava os passos e a dança dançava o que se sentia naquele momento... Não havia passos feitos, apenas dançávamos todos com cumplicidade e amor. Coisas lindas que não se explicam aconteciam e todos se despiam de suas mascaras para deixar o corpo corporalizar a imensidão do momento. Sinestesia, sinestesia, ciranda, cirandando, musicando, profanando, encontrando, vivendo a sinestesia....
Foi como viver a pureza da inocência, eu me via como uma criança descobrindo um mundo e querendo todo ele sem limites, sem ter limites para sentir e amar.
Aquele momento foi uma imensidão, uma explosão interna... Todos cirandando, livres e puros...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O cântico para Cinderela


Enquanto ouvia o Cântico para cinderela, aquela garotinha pensava e flutuava...
...Ai como eu queria ser Cinderela, ai como eu queria! Como eu queria prosa e poesia, ai como eu queria, mas quando eu olhava o espelho, ele não dizia Cinderela, não dizia...  Ai, como eu queria ouvir o som do amor, receber lírios para uma doce flor, mas não os recebia. Aquela magia não era para mim, não era, existia um baile de sentimentos, só que para cinderela. Ai como eu queria ser sereia, como eu queria ter o doce canto dela, mas o meu canto as máscaras desencanto, mas eu canto, eu canto, não ouves meu canto ?...
Ai como eu queria ter aquilo que tem cinderela, rimas, palavras amadas, contos, mas não recebi rosas, apenas as vi sento endereçadas. Meu sonho se foi como as pétalas se vão em bem-me-quer, e minha última pétala eu não queria. O que eu queria mesmo era ser cinderela, queria prosa e poesia, Ai.... como eu queriaaaa....

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Tão perto e tão longe de ti...

Tão perto e tão longe de ti...
Quase não consigo disfarçar meu querer
A tua voz é uma doce loucura,
O nosso trato é claro, a distância, mas ainda acho que há um corpo vazio a espera do outro, nem que seja apenas para dizer uma coisa banal...
Estar perto de ti é quase lutar contra mim mesmo, uma luta onde eu não me deixo te abraçar, onde eu não me deixo te beijar, onde eu não me deixo dizer o quanto eu quero estar contigo.
Quando me lembro do beijo, quase me esqueço que estou pensando, aquele momento revivido em mim se torna uma realidade, quase um fato concreto.
Algumas vezes estamos tão perto, mas dois passos nos deixam distantes. Um passo teu e um meu, acho que dois passo seriam o necessário para que tudo o que é ausência se tornasse presente, senão um turbilhão de emoções. Na verdade, as vezes tenho vontade de deixar o mundo, de cometer a loucura dos poetas, deixar tudo o que parece fazer sentido, mas que muitas vezes são apenas convenções, para viver a loucura de viver o querer, para viver esse sentir que exala de você ...
Quero te dizer absurdos do querer, quero viver o querer nascente, quero aquecer a vontade louca de estar mais perto de ti, quero dar um passo em direção á ti.
Enquanto espero o amanhã, e o outro amanhã, só para estar mais uma vez ali no nosso lugar, ainda assim temo o chegar, pois sei que por estar perto ,aparentemente e fisicamente, tenho a certeza que estás longe, uma distancia que só pode ser superada por Tanto te querer...
Ouço o canto silencioso dos teus olhos,  olhos que muitas vezes estão perto de mim, mas que com ar de querer reprimido,tu te ausentas e vai para tão longe de mim...
Vejo seus vestidos espertos, leves soltos ao vento, assim como seus cabelos. Eles insistem em roubar o meu olhar, são momentos de doce e cruel sensação.
Perto e longe, digo-me isso a quase todo momento...
Mordes o lábio, deixa-os sensualmente entreabertos, não sei se por chamar-me, não sei se por inocência de um momento qualquer, mas os deixa, e eu os sinto em minha angustia, minha sedenta angustia, sem mencionar quando me olhas de canto, como se tivesse algo que espera por teu olhar...
Perto e longe, digo-me isso a quase todo momento... Vivo a angustia de querer-te perto, perto, perto, mais perto.





terça-feira, 6 de setembro de 2011

O desejo - Hegeliano -

Querer, Chama-se
Querer-te, Chama-me
Se quisesses, desejavas
De querer-te, Eu duvidava
Queres, Toma-me
Se me encontro-me ou encontra-te escravo, Achastes ou acho-me senhor
Achastes o meu desejo de querer-te.
Quando te desejo, desejo-te o desejo de me amar,
Quando deseja-me, desejas o desejo do amor,
Então renuncio a mim mesmo ou tu renuncias a ti mesmo, não há como coexistir,
logo, somos vitima e algoz. Amamo-nos, ferimo-nos,
lutamos, travamos uma batalha mortal pelo desejo, dominamo-nos,
somos dominados, confundimo-nos, Porem, enfim, no desejo há o Senhor e o escravo.
Para que sejas Tu em mim ou para seja Eu em ti. Quem morre ou quem vive é apenas
um referencial, o referencial é o dejeso, ou melhor, quem possue o desejo do outro,
quem possue o outro pelo desejo...


-Inspirado na dialética do senhor e do escravo -

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Para quê tanto querer ?

Para ir onde não se sabe,
para estar longe do que sente,
Para ser o que se espera,
Para contar o que se vive,
Para pensar no que deseja,
Para viver o que acredita,
Para acontecer quando for verdadeiro,
Para deixar quando chega a hora certa,
Para que o que é, realmente, chegue e frutifique.
Para não mentir pra si mesmo,
Para Crer na realidade - ficção talvez -,
Para sonhar de olhos abertos,
Para desistir de uma vez,
Para desejar o desejo,
Para se embriagar no mel ou no fel,
Para dizer adeus,
Para perder,
Para ganhar,
Para sofrer,
Para sorrir,
Para amar,
Para o não,
Para um Sim,
Para Viver,
Para Ser,

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Colores


Tus colores,
Colores que se quedan en mí
De tí soy adicto, en tus colores yo he perdido la mirada
Siento harmonia en tus colores, melodia de colores
Cuando hablas, oigo colores
Cuando tengo tu sonrisa, miro colores
Cuando estás en mí , me tatua tus colores
Cuando estás cerca de mí, siento tus colores
Colores de pelos Castanhos
Colores de ojos color de miel, la miel que tienes tu, la miel que deseo, la miel que tiene tu piel..
Colores que quedan en mí, Querida yo te quiero, te quiero como quiero tus colores en mí
Colores que me dominan, esto deseo de quererte, de quererte, de irme hacia la miel de tus lábios
Colores que se quedan en mí
Entonces dime que me quieres, dime que estos colores son sentimientos.... Estos colores, Colores de tí, colores en mí,
colores....



sábado, 13 de agosto de 2011

Racionalizar



Preciso ser mais racional, vendar esse impulso emocional que brota, principalmente quando resolvo querer.
Muitas vezes eu até tento verbalizar a racionalidade com o discurso de: Está bem, Está tudo bem.... Mas sei que no fundo ainda tem o rio que leva uma correnteza de sentimentos. Pois que seja a razão a estrada para um caminho de possibilidades. Só não sei onde vou colocar essa reserva de sensações que antes me guiavam as decisões. Racionalizar, sim! Eu farei razão para o que nasce e brota em meu pensamento, para que esse rio não faça crescer as arvores que estão no jardim do sonhos. E quem sabe no final terei um pouco de razão em fazer isso! Pois deixo de Plantar arvores no jardim, deixarei de alimentar arvores, deixarei de cultivar aquilo que ofusca meus olhos. Eu Costumava  ver de olhos fechados, mas percebo que meus sentidos precisam de um guia, Eis que meu olhos se abrem para o mundo. Achei que Entre toda essa estrutura de pensamentos formalizados, concretos, construídos com vigas de ferro fossem apenas uma forma de viver, de ver, de perceber. E ainda acho que são. Então ainda assim racionalizarei. E quando dentro de minha razão perceber uma semente, ainda que pequena e tímida de essência, e essa semente estiver disposta  a brotar, cuidarei dela com todo o amor que eu tenho. Por acredito que mesmo contudo o que existe de tão "real", eu posso racionalizar para ser conveniente e posso plantar uma sementinha para sentir e para ser o que Gosto de Ser.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Tuas mãos

Em tuas mãos tem calor,
tem carinho,
tem caminhos que procuram o que os tatos querem sentir,
tem calor em tuas mãos,
tem unhas que arranham, as suas mãos
tem o que procura e acha,
tem um encontro marcado com minha mão, em segredo
tem o toque de nossas mãos, não apenas por toques, mas por desejos
tem alguns dedos e um tantinho de vontade de chegar perto, as tuas mãos...
me tocam, me encontram, me cumprimentam, me dão tchau, me puxam...
tuas mãos são apenas suas mãos, mas quando me tocam se transformam em encontro, em desejo, e se me puxar um pouquinho pra perto, pode até rolar um beijo...
As tuas mãos.... um cafuné, uma sensação... e o segredo está no toque, que  aparentemente é comum.  Mas por dentro, há Poesia, esse fluido que sai das veias, toca as palavras e inunda o coração!

domingo, 24 de julho de 2011

Sal e Terra



A terra pura pode carregar em si uma semente, mas essa não brotará se não tiver em sí o sal e a água, elementos fundamentais para a vida.
O sal que tem em si o sabor, ele pode na terra despertar uma semente que até estava em latênci, gerando vida. E de que serviria o sal se não para dar sabor ?
 A terra tem sua essência, nela nasce, nela cresce, nela vive o que se percebe, nela tem o que se  toca e sente. Mas sem o sal, como poderia dar sabor às frutas, como daria vida as plantas e os ramos ?
 A terra precisa do Sal e o Sal da terra, são porções separadas de uma mesma vida, são cheias de falta enquanto o outro não completa.
E como algumas coisas na vida não precisam de porquês, o sal e a terra foram feitos para viverem juntos, pois a ausência do outro seria a ausência da essência. Não existiriam arvores, flores, florestas, Gramas, Frutas, não existiria a vida.
Sal e Terra  esta na bíblia , na natureza, está em mim e em você


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Por um triz

Por um triz não beijo sua boca,
Por um triz eu fecharia meus os olhos e sentiria o gosto de sua boca,
Quando te abraço sinto seu cheiro, sinto desejo de seu beijo,
Teu abraços são apertados,
Meus desejos são sublimados,
Nossos olhos se beijam,
Mas logo se distanciam.
Meu desejo é revestido de anseio, e que seja o medo renegado quando transbordar o que se esconde atrás dos nossos olhos.
Por um triz não toquei seus lábios
Por um triz não  te solto do meu abraço
Um triz é a medida da repressão do meu desejo.
Cala-te triz, pois teu eco é uma barreira irreal, faz-me sentir que meu querer é  senão o bem, o mal.
Ei, Quero de ti o que arde em mim, desejo, falta, vontade, vem e me toma a boca com um beijo, como se toma a aguá quando se tem sede, como se come quando se tem fome.
Vem porque por um triz é o único obstaculo entre  nós dois.


Quatro em dois

Eu te dou um sorriso e Tu me devolves o seu,
Eu sorrio para ti e choro para mim, tu choras para ti e sorri para mim,
Somos assim, eu, tu, nós e o que sobra de nós quando deixamos de ser por eles,
Quase me esqueço que estou me olhando no espelho, porque olhas para mim, porque quase me arrumas para ti,
Quase sinto que me queres, mas distante dos olhos alheios, porque eles nos separam com duas mãos,
Quando estou só me sinto bem: faço, crio, penso, reflito, amo, odeio, sou...
Quando estou com teus olhos, até me sinto feliz, mas logo me ajeito, sorrio e então tu me olhas como queres,
Quando pausa as falas e me repetes, então eu sinto algo estranho de mim em ti, mas porque me estranho assim ?
Somos quatro em dois, Somos vigias
Somos faróis guiando o o outro de noite
Somo o sol criando caminhos de dia
Somos quatro em dois
Arroz com feijão
Feijão com arroz,
Estamos de olhos atentos a todo momento,
Criamos Ritmos insanos ou até mesmo carinhosos, coisa de quem "cuida", de quem quer bem ou o mal.
 Somos Quatro em  dois,
Pensando em burlar o que está escrito no mundo, mas felizes,
Querendo pular o muro, mas com toda a postura e elegância,
Querendo viver o acaso no concreto,
Querendo muitas vezes fechar os olhos para não ver o que está quase escrito.
Somos eu em você, você em mim, Eu  e você ,  Mas só somos nós mesmos quando o outro fecha os olhos.
Somos quatro em dois... olhando de canto, Dançando juntos,observando os passos do outro. Deixando uma justificativa ou uma Crítica para logo depois da dança seja em passos juntos ou separados. Eu, tu, ele, nós... somos quatro em dois 

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Em segunda pessoa


No silêncio de tuas palavras sinto falta daquilo que já faz parte de mim, sinto tua falta.
Do tom da tua voz, tenho o eco em mim, ressoando palavras que me fazem sentir o que não se pode explicar.   A falta carrega em si um infinito de sensações, lembranças, desejos inacabados.
E eis o mundo em mim, cheio de peças por completar,criado pelo que espero de ti em mim, criado para que tu venhas completar. 
Tu que insistes em ser segunda pessoa, e eu querendo te conjugar em "nós" , querendo unir-me a ti...
Tu cantas e eu ouço o teu som com se rasgasses o vento,
Tu me beijas, eu abro os olhos, mas não te vejo,
Tu me olhas,
Tu vens como o vento, sorrateiro, tocas minha alma,  tocas meus sentimentos,
Tu chegas com ares de primavera,
Tu apagas os meus amores carnais,
Tu me ensinas sobre o que é mais importante,
Tua voz é como uma música, um cello que ressoa o ar e o rasga com suavidade,
Tu fazes tudo isso, e eu fico tentando tocar o chão... Pois meus pensamentos me enganam.
Tu realmente existes? As vezes acho que te criei em mim, por assim dizer...  sinto em mim o que tenho de você.
Não sei se tenho os teu sinais, não sei se estou só, sei que o vento ainda traz o cheiro de teus cabelos. Meus olhos fechados trazem seu sorriso, mas minha dor traz teu Adeus...
Dois barcos à deriva. E o vento bem que poderia te soprar para perto de mim... Porque o vento as vezes age tão aleatoriamente ? Porque te encontrei no meio do caminho ? Porque faço questão de te encontrar todos os dias em pensamentos vagos, inacabados...
As vezes acho que és um sonho, pois posso voar tão alto, posso te encontrar em teus braços, posso ter teu sorriso, e que sorriso lindo, meu Deus!
Em segunda pessoa, estás lá... e eu te querendo em primeira como se fosses minha, como se fosses uma comigo, como se pudesse te conjugar em Eu e Mim em "nós", como se pudesse te chamar, Meu amor... como se eu pudesse unir-te a mim....

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Voltando para casa...



Do banco ao lado da Janela, vejo carros que passam sem parar. A cidade grita em sua agonia de todos os fins de tarde, enquanto voltamos para nossos lares de um dia cansativo.
Enquanto os carros se movimentam, meus olhos ficam fixo, parados, observando os detalhes, observando uma mulher em outro banco: sua  pele negra , cor de mel , um olhar perdido no movimento da rua, enquanto o vento entra pela janela e toca seus cabelos como se quisesse levá-los longe. O  movimento do cabelo deixa visível o perfil do rosto, como se quisesse me mostrar a beleza aos poucos... Doses homeopáticas de charme, quase uma tortura para meus olhos ansiosos.
Do tom sua pele reflete a luz dourada, luzes da cidade. Então ela pega uma mecha do cabelo e começa a deslizar entre os dedos de uma das mãos. Um movimento aparentemente comum, se não fosse tão rico em detalhes para meus sentidos  atentos, então ela abaixa a  cabeça e seus olhos começam a catar palavras em um livro...
Quis me aproximar, e quando se quer se aproximar basta um pretexto para o inicio de uma conversa... Eu tinha quase cinco...
Sai do meu banco e me sentei ao lado dela, suspirei e disse algo. Daí a conversa fluiu.
Ela tinha um livro nas mãos, e esse umas palavras em outro idioma...  Vi rapidamente! Minha atenção foi roubada por sua beleza. Meus olhos  estavam tentando encontrar a dimensão de toda aquela beleza, daquele tom de pele tão lindo,  daquele sorriso, daquele charme ... Era como uma música...
Castanho, avelã, mel, chocolate, com tons reluzentes... Eu tentava orgaziar as idéias, e quem disse que tinha ordem naquela grande explosão ? Era como uma música...
Cachos pretos levados pelo vento, soltos, aleatórios...
Sorriso de perfil, com os lábios inferiores ligeiramente maiores que os superiores...
E eu tentando ouvir uma música, tentando dizer coisas com sentido, tentando esconder minha vontade de chegar mais perto...
Foi como uma música, como uma poesia... sem palavras, mas com tudo o que poderia me deixa extasiado...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A linha tênue entre o que é real e o que se imagina.



As vezes imaginamos o que gostaríamos que fosse real, As vezes idealizamos  a realidade, As vezes pensamos em forma de sonhos ou sonhamos coisas tão reais que até sentimos, ao ponto de acordarmos do sonho com um susto. Então olhamos em nossa volta e aquela suposta realidade some diante de nossos olhos.
Qual a linha entre o que se quer e o que é real ? Será que os sonhos são tão distantes de nossa realidade ?
Muitos sonhos movem o mundo, movem as vidas das pessoas, movem as pessoas às realizações. Como também existe a realidade que nem sempre é tão ideal, mas não ser o meu ideal não significa que não seja uma idealização de alguém, de uma forma de pensar e viver.
As vezes  olho pra uma pessoa e conversamos em olhares. é como se fosse um encontro virtual - do que queremos, do que  sonhamos ou desejamos - mas na realidade tudo muda, porque existe convenções idealizadas por alguém que são parte de um conjunto de regras sociais e que no final das contas barram o que eu e a pessoa queríamos ou desejávamos - realidades interferidas por idealizações ou seria o contrario ? -. Sonhos constroem a realidade e a realidade interfere nos sonhos. A partir desse ponto de vista começo a pensar em uma dependência ou complementação ou algo do tipo...
As vezes imagino que tudo poderia ser muito bom pra mim... Enquanto alguém sorri sozinho e realiza algo que foi muito bom pra si. As vezes sonho com a realidade, as vezes vejo um sonho se realizando... Eis a linha tênue entre o que é real e o que se imagina. uma linha quase invisível, mas graças a nossa realidade temos referenciais para sonhar, idealizar, imaginar e abstrair.
Um dia sonharam em voar...
Um dia alguém teve  saudade de ouvir a voz de quem está bem longe naquele exato momento...
Um dia um homem quis ir ao fundo do mar...
Um dia um homem quis pisar na lua...
Um dia quiseram curar uma doença aparentemente incurável ...
Um dia sonharam em transformar um sonho em Realidade..
Um dia o que se imaginava se tornou Real...
Será que alguém já pensou em uma realidade Ideal - imaginário - ?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A medida da Indecisão...

Imagem de -Dugleidy Santos - 

Pois é, Eis a indecisão que nos faz seres dúbios : em sentido, em desejos, em possibilidades, em momentos, enfim, no que representava algo importante para se vivenciar. Não que a vivência não ocorra nos momentos de indecisão, ela ocorrerá muitas vezes, mas não de maneira completa, sempre terá o outro lado - o desejo insatisfeito - . Por isso muitas vezes é necessário deixarmos os "serás e porqûes" e simplesmente tomarmos decisões. Devemos deixar que o caminho tome um rumo e que  sigamos esse rumo para enfim desfrutarmos da decisão. A medida que nos aproximamos uma situação com indecisão, vemos mais de uma possibilidade, então nos fazemos algumas perguntas : porque faremos isso, porque não aquilo, será que isso será bom, será que vai dar certo, porque não o outra opção ? O problema é que muitas vezes não fazemos nem um nem o outro. E o que acontece com esse situação, fica incompleta.
Muitas vezes me encontrei nessa vida bifurcada. Então desistir de ir em frente por tentar ser racional ou sentimental,  por ouvir os outros ou mesmo por não ter certeza. E o pior de tudo é quando olho pra trás e penso. Poderia ter sido ótimo seguir aquele caminho.
Que sensação estranha essa de querer tudo e não poder ter muito do que quero . É aí que entra o tempo, o espaço, os sentimentos, as ações e os diversos motivos que nos impedem de seguir dois caminhos. Sabe de uma coisa, as vezes tenho vontade de viver dois caminhos, as vezes quero viver dois caminhos, olhar quase tudo, pensar varias coisas , aproveitar de tudo, dentro de minhas possibilidades, é claro! Mas o que acontece, Muitas vezes não posso! Aí eu fico na falta, daquilo ou disso...
Estou acostumado a ver os dois lados, as possibilidades, as bifurcações nos rumos da vida. Muitas vezes me  encontro em situações embaraçosas. outras vezes tenho fazer escolhas: Carne ou peixe, amor ou ódio, Felicidade ou dor, castigo ou presente... Acredite, as vezes misturo as coisas no mesmo bolo. Os sabores são diversos, alguns são até melhores quando comparados ao tradicional outros nem tanto.
  Acho que nem sempre quero a ter decisões, ou será que muita vezes fujo delas ?
Creio que a medida indecisão é a própria dúvida . Quando existe certeza somos puntuais: sim sim, não não; Quero, não quero; Vou, não vou.
Pois é,  estou aprendendo a Ter decisões .Talvez as interferências dos outros em nossas decisões gerem muitas de nossas indecisões, Muitas vezes sabemos o  nosso caminho, porem resolvemos emprestar nossos ouvidos para uma palavra alheia, e ai tudo pode mudar... As vezes tenho certeza do que quero, mas também quero o outro caminho, Quem entende essas coisas ?
Para mim algumas vezes a indecisão e decisão tem a mesma medida.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Qual Sua condição ?



Qual sua condição pra ser feliz ?
Qual sua condição para ter alguem por perto ?
Qual a condição pra que o outro o aceite ?
Qual a condição pra ser bom ou mau ?
Quantas condições são impostas para que coisas simples aconteçam ?
Qual é sua condição....
Quantos olhares perdidos sem ao menos dizerem um, olá tudo bem ?
Quantas pessoas não se tornaram nossos conhecidos ou amigos porque impomos uma condição para ter uma amizade ?
Quantas pessoas foram embora de nossas vidas porque simplesmente não estavam em nossas nossas condições de Bons para nós ?
(...)
Será que ele não vai achar legal ?
Será que ela vai gostar de meu jeito de ser ?
Será que ele vai me querer ?
Em que condição ?
(...)
Quantas coisas deixamos de viver por impor algumas condições ?

condição para se expressar.... até onde convém à sociedade
condição para sorrir.... sem gargalhar, por favor !

condição para amar...
condição para sofrer...
condição para chorar...
condição para falar...
Qual é a barreira que sua condição impõe para você ser, querer,  fazer.... viver ?

 Qual a sua condição ?





domingo, 29 de maio de 2011

O espelho d'água







Em uma manhã estava andando destraido. Foi então que  vi um espelho d’água. Percebi suas imagens se formando, refletindo seus movimentos, misturando-se umas com as outras, exibindo suas cores e formas, algumas se diluíam na água e outras se transformavam quando se aproximavam ou se distanciavam...
Vi pessoas andando o tempo todo de lá pra cá. Percebi formas estranhas nos lugares e nas pessoas. Uma coisa era muito curiosa: as imagens transmitidas pelas pessoas eram mutáveis e inconstantes, ao ponto de eu não conseguir identificar as suas faces... eram apenas um conjunto de pessoas desordenadas. Havia sentimentos ali, sentimentos que minava das pessoas e que fluíam entre elas. Tudo aquilo se confundia aos meus olhos, um emaranhado de seres em movimento com cores misturadas, quase uma ilusão.
Curioso que algumas pessoas cresciam demasiadamente no espelho d’água, enquanto umas eram estáveis e outras diminuíam. Essa dinâmica acontecia o tempo todo.

Em uns momentos eu via tudo aquilo se deformando diante de meus olhos, mas as pessoas agiam naturalmente. Enquanto umas pessoas iam para a profundidade das águas outras nem mergulhavam, enquanto uns sorriam outros choravam ou lamentavam, ou gritavam, ou amavam, ou até mesmo odiavam.
Quando reparei o outro lado, mais iluminado, vi o reflexo de umas faces -ainda turvas-, outras um pouco mais claras e outras bem escuras e imperceptíveis, mesmo sob a luz não eram conhecidas e identificadas as faces.O máximo que pude identificar foram modelos diferentes representados. Eram aparências de modelos estabelecidos, pelo menos aos meus olhos tinha algo estabelecido. Entretanto cada pessoa tinha um quê, algo que a diferenciava dos outros, cada um tinha suas singularidades.
Na superfície do espelho d’água ocorriam perturbações o tempo todo, logo não era possível definir os acontecimentos – dinâmicas interpessoais- como fatos puntuais ou precisos, como normalmente vemos alguns em jornais, livros e revistas. Contudo em um momento as águas se aquietaram e as pessoas pareciam acompanhar o movimento das águas, ficaram normais -como parecem o tempo todo-. Mas bastou eu dar uma piscada para tudo então mudar – dentro da normalidade ou anormalidade -.
E Eu lá diante de uma piscina, vendo o espelho d’água... parecia até que aquele lago de concreto era algo natural...