quarta-feira, 11 de julho de 2012

olhar disperso


Passa pelas mil e uma possibilidades,
Foca onde a imagem está borrada,
Estranha o mais simples gesto,
Contempla a disparidade,
Congela ali, bem ali, onde mora a pequena forma,
Nada de absoluto, apenas a pequena forma,
Aquilo que não se traduz e nem se quer traduzir,
Perdido olhar, quase que despede-se do único momento,
Da adeus a um exato retrato,
Apaixona-se pelo segundo,
Desfaz-se no movimento,
Como uma lente quer capturar o foco,
Olhar disperso, mirando o inusitado!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O caba que encontrou umas lente na estrada...


êh cumpade, disse o caba, eu achei umas lente antonte,
Botei nos zói e vi umas coisa embaçada,
Mei turva, mei disfocada, 
Meu mundo entonce virô uma estoria errada,
Vi muleque andando doido, vi cor misturada,
Coisa Borrada! Parecia inté con-di-fada,
Fui no concertadô de lente e entoce ele me disse
que aquela não sirvia pra mim, tu visse ?
Logo agora que tava custumado a ver o mundo assim,
Coisa estranha essa doidera de lente, cumpade, diga pra mim ? 
Mó de ver melhô, tirei as lente embaçada,
Fiquei só com as armação, era de uma marca assim, das importada,
Cumpadeeee! Eu num sabia que meus zói era tão bom,
Agora  que da lente do zoto me larguei 
Vejo o mundo com as estoria que eu mermo criei,
Sem a lente do zoto vejo meus gosto,
Pois é, cumpade, vou seguindo meu caminho,
Lente de estrada é coisa engraçada,
Na hora fica até bunito, mas a enxaqueca é apressada,
Me dexe ir agora, porque tem monte de coisa pra fazê.
O mundo livre, pois bem, é assim que eu gosto de vê!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Semântica

No dia em que se distorceram as palavras por belos discursos, alguém  apoderou-se dos seus sentidos,
O que era azul ficou roxo e enfim  fez-se vermelho, da cor do sangue,
Mas o azul celeste tornou-se vermelho cor de Sangue ?
No dia em que a palavra respeito confundiu-se entre outras semânticas,
Ah!, quase tudo se perdeu, Imagina se o verbo respeitar fosse apenas na medida do meu o do seu querer ?
Que faríamos nós, morreríamos ou mataríamos de tanto querer Respeitar ou querer Ter o respeito.
Ainda bem que Essa palavra não cabe em um saquinho de doces, Seria um perigo em certas mãos sedentas...
Ao que me parece algumas palavras fazem sentido a nível relacional, mesmo que muitos por ai queiram manipular sentidos,
Creio que algo anterior ao ponto de vista individual  existe em certos conceitos, como:  respeito, solidariedade, afinidade...
Quando vamos deixar a fase egocêntrica das crianças, fase de querer todo o doce de um pacote só para nós mesmos ?
Respeito é relacional, é um caminho de duas vias, é antes de ser discurso vazio ou direcionado, algo que está na imagem do outro, na face do outro.Imperativo! Então pare de esperar por mim, RESPEITE-me. Pare de querer me ensinar a ser do seu jeito, Não, eu não quero isso! muito obrigado!
De que mesmo eu estava falando ? Ah, desculpe-me, Era sobre a Semântica das palavras...

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Suplicas



Suplicas de um escravo do desejo,
Olhando assim da até medo,
Bravo, astuto e voraz, o impiedoso quer domar,
Na verdade nem sabe bem o que faz...
Traria consigo um punhado de desejo alheio ?
Triste é fim daquele serviçal
que se fez senhor do que lhe quer mal,
Não por querer, mas somente por ser,
ser aquele a quem se quer,
E por piedade o serviçal  nem se quer lhe deu o sabor,
De que tanto queria o senhor, o caminho de seu amor.
Sem saber, porem, que apenas por suplicar
o desejo de quem se quer aprisionar,
Por tanto tentar, Nunca o terá.

A troco de que ?


Grita, pune, Fala e fala, interrompe, novamente fala!
Impõe-se, expõe-se, a troco de que ?
Parece até que é de tanto querer,
Se não conhecesse essa história diria,
Ah, eu diria que quem de tanto querer poder,
Submete-se a sutil leveza de um simples gesto,
Aquele gesto a que parece submeter,
De tanto querer, Faz-se A VOZ do poder,
Frouxa vozinha que grita por pedir,
Pune por implorar,
Reprime por não ter,
A troco de que ?