segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A palavra que me tomas


São tuas as palavras, Apesar de saírem de minha boca.
Minhas palavras são menos letras do que vontade de um pensamento,
São para te enfeitar, para te deixar em agonia, para te devorar, para te saciar...
São fluidas como um suor que brota da pele.
São fortes como a dor e intensas como a agonia,
São excitantes quando tocam teus ouvidos sussurradas, quentes e prazerosas,
São o encontro do verbo com o sujeito, Querer o desejo!
A palavras é: fulgor, tremor, dor, Sabor, odor, Agonia, Culpa, coragem, escritos em Sim!
E o pensamento se faz Claro aos olhos que acham que a realidade é o próprio mistério escrito nos signos, Apenas signos, uma vez, escritos em palavras.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Odara





O belo, Iorubá.

Dança, Explicíta o que és Odara: sensual te perdes na dança, sexual te impões a lança.
Afro Amor, Instintivo despudor, Canção do impulso, dança do corpo impuro, puro, caçador, devorador...
Odara, Odara, Odara, o canto se repete, os pés batem o chão em sintonia, os tambores incitam a dança.
tu pá, tudu pá, tu tru pá... os quadris se remexem, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. o suor corre o corpo negro, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. A mulher fantasiada se despe, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. O homem com vigor se lança, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. A pele se arrepia e inflama, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. A racionalidade pede licença e sai cabisbaixa, Odara
tu pá, tudu pá, tu tru pá.. A voz firme Grita e experiencia: ODARA, ODARA, ODARA.
Os corpos se envolvem, o suor desmaquila, os pudores se desvestem, os olhos tomam ares de sedução,
O corpo dança e dança, Odara... 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma Leve impressão sobre liberdade



As vezes acho que a liberdade é apenas um conceito, Quiçá uma essência perfumada dissolvida no ar, algo que é impalpável. Aquilo que é procurado por nossos sentidos, mas quase nunca encontrado. Pois é, as vezes fico angustiado por ver que a demanda social por nossa liberdade e por nossos desejos é capaz de secar a fonte de desejos que habita em cada um ao  ponto de nos tirar as chances de liberdade que estão tão próximas de nós, porem de forma potencial. Então o que é a neblina ainda visível no amanhecer se dilui com a manhã, entardecer e anoitecer. Alguns de noite encontram neblinas também, mas dizem que só de madrugada quando todas as vozes se calam, então surge do ar a neblina para envolver a natureza, a natureza indomável onde mora a liberdade.
As vezes em meio as pessoas fecho os olhos e tento esquecer de tudo em volta, tento não pensar em nada, ouço uma musica e deixo seu som tomar a madrugada de meu ser, meu momento de calar as vozes e refletir, aí a musica invade meus sentidos ao ponto de me arrepiar. Quando sinto que além de minha audição os outros sentidos se embriagam na essência da musica tenho uma leve impressão sobre liberdade.