segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Perfumando-me de ti


Vou perfumar-me com o cheiro de sua pele
Esse cheiro que arde meu desejo e me entorpece
Cheiro de pele suada, meio perfumada, arrepiada e acalentada.
Enquanto sinto, reviro os olhos e sorriu despercebido para o nada,
Você se aproxima e então distancia-se, o vestido baila com o vento, a música não para.
E meus pensamentos Soltos encontram-te no ar, perfumada.
Aproxima-se, olha-me, sorrir com um batom vermelho e deixa os lábios entreabertos, expostos ao ar. Eu sinto o cheiro de seu hálito, do pescoço, do cabelo, isso é um delírio, um feitiço
O mar vai bailando e o rastro da luz tremula remexe-se nas suas águas quentes da noite.
Mar salgado e doce, um caminho pro infinito.
Um cheiro quase fatal, enquanto isso Led Zeppelin toca bem baixinho num radio ali ao lado...  


Incensando a vida.


Um incenso perfuma uma sala,
A essência se desprende da ponta em brasa,
O cheiro dispara, para, desloca, espalha...
Toma toda sala,
Há ideias soltas no ar como fumaça,
Sinto o aroma e revivo momentos, sorrio pro vento
Tenho uma idéia clara, sensata ou insensata,
Depois deixo ela ir embora de mim, solta como fumaça do incenso,
Essência incensada de um objeto que desperta a mente, que percebe o cheiro, que revive o desejo
O lugar da Identidade é o mundo inteiro,
A pele fica sensível ao toque do vento,
E da janela o céu mais iluminado, encandeia o pensamento,
Abre-se a janela da mente, A dor Retida esvai-se, a gente nem sente,
A vida se desprende das mãos e do desejo, passa a ser essência,
Com um incenso, desnaturaliza, Faz-se Fumaça, Libertando-se incensada!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Qual a razão da sua existência ?



Sem punição, tratamento ou controle pela razão, a fantasia pode estar no controle do que é real aos seus pensamentos. Imagine se quase tudo o que se tem de mais importante na sua vida inteira fosse apenas uma imagem, uma miragem... inventando, criando, vendo, materializando, vamos vivendo. Nessa construção de si mesmo, agredir a si e a quem se ama pode ser, por tanto, acreditar na ilusão. Não falo de atos violentos e cruéis, mas sim de palavras cruéis , de indiferença, de egoísmos, de formas de vivenciar e acreditar! Então, o que é real, senão a realidade ? O amor me parece realidade, mesmo que não o veja do lado de fora, talvez seja Ele o que separa as ações das ilusões, é quase uma outra coisa, um outro tudo," o extraordinário possível". Talvez você tenha uma razão que te dê prazer de imaginar e sonhar, talvez seja como um esquizofrênico que vê algo mais do que a realidade, talvez tenha delírios, talvez seja feliz por não ser racional... Qual a razão de sua existência?




Vejo o mar e o pôr-do-sol,
Dou nome às ações,
Creio nas palavras.
Sou uma invenção do Verbo, Existo!
Racionalizo o pensamento, Penso!
Ponho uma questão fantástica a tona: "Quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha?"
Sorrio, bebo alguma coisa e volto a dormir!
Por um momento achei que era a realidade...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Noites silenciosas


Umas noites silenciosas,
Eu perdido em arrependimentos,
Eu encontro o avesso, seu avesso,
Hora paro, hora desacredito naquelas palavras, hora me convenço de que é um processo,
Hora desconheço minhas intenções,
Sinto por hora um fardo calado, um som ensurdecedor que me transtorna,
Desamor desvendado num só olhar, apenas uma imagem da ilusão,
Apenas um passo para o esquecimento,
Tento ver na imagem algo além de uma representação,
Mas o que me resta ?
Apenas o silêncio e umas migalhas de arrependimento.
Tristes imagens de minhas noites silenciosas...
                             
  (...)





Numa dessas noites pensei:
Eu tinha medo de encontrar-te, passei suas folhas entre meus dedos, e meus olhos em seus detalhes, até senti o cheiro de suas páginas com poucas palavras.
agora que eu encontrei, tu não existes,  uma leitura veloz e turva,
Diga-me o que eu fiz, fechei as tuas páginas?
Porque hoje és o que me desconheço, És o latim,
Um avesso numa fôrma, com o mesmos olhos desenhados, por lápis ou caneta,
Um desenho sem propósito em folhas em branco. Agora sem brilho e sem o fogo de outrora, beleza surda, desprotegida palavra, apática sintonia, porem com o mesmo tom suave de sempre e muda como nunca...






sábado, 11 de fevereiro de 2012

Boas intenções


A doce verdade fala,
Quer ensinar o que é doce,
Quer ensinar a realidade,
Senhora identidade de si mesmo, quase imposta, quando não ingênua
Obrigado, mas quero me privar de tantas intenções,
Por favor respeite o meu desejo,
Seja você e me deixe ser o que Eu quero,
Obrigado por tanta preocupação,
Obrigado por insistir, mas não, Eu não me encontro aí!
Não é esse caminho que eu quero,
De bons conselhos, muitas vezes tenho outras impressões,
Obrigado, não preciso dessas boas palavras!
Boas, sublimes, imponentes, precisas, sedentas de mim, cheias de boas intenções,
Desvendo-te, sutil intenção!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Um labirinto chamado existência.




A existência é mesmo um labirinto de solidão
Caminho só para encontrar-se no paradeiro de além      
Com realidade, com tinta, com canção

Hora por felicidade
Hora por vontade de felicidade
Entre caminhos e desvios nos vemos,
conhecemos, desconhecemos
procuramos,
desencontramos a saída,
retalhos de vida

Com um grão de felicidade nas mãos,
Com um sopro de vida no ar,
Com um vago sentido do olhar,           
Despidos em êxtase ficamos na multidão

A existência é mesmo um labirinto
um labor que dignifica,
Um trator que desumaniza,
uma mão que toma o pão do faminto,
Uma falta que enche a barriga do sedento.

A existência é um poço de águas cristalinas, onde o corpo se joga,
mas nem sempre a boca alcança,

Uma tela com o desenho da humanidade,
Um som com as vozes de súplicas,
Um caminho percorrido nas ruas do dia-a-dia
Um quadro pintado de realidade

Existência , fome, sede, amor, Falta, o outro, o Eu, Deus,
E o fim do túnel, existe realmente, ou o trem está vindo em nossa direção?
Porque de um sonho de repente podemos acordar com um choque, Choque de realidades existentes,
De uma bela,existética, consciente da vida.