sábado, 12 de março de 2011

Afrodite


                                                                 
                                                                 
       Vinda das espumas do mar, ela chegou ao amanhecer. Com muita energia, alegria, e muito decidida lançou seu olhar aos mortais. Pouco a pouco vários homens aos seus pés cantaram, pediram, tentaram, Mas em seu corpo e sua alma transpiravam e desejavam desafios. Ela não se encontrou em nenhum deles, sobrou-lhes apenas seu rastro.
Seu vestido era branco e quando a água do mar o tocava transparecia sensualidade, mas sua luz era forte e intensa ao ponto de não conseguirem, os homens, vê-la em essência. Alguns homens diziam que seu vestido era dourado, outros diziam que ela estava coberta por fogo incandescente com tom de ouro, outros não conseguiram descrever. Contudo às águas ainda percorriam seu corpo, ousadas, velozes, aflitas... Insistiam em derramar sobre sua pele. Dos seus lábios derramavam mel incandescente, e sua boca entreaberta sussurrava sua chegada, como se o ar não fosse suficiente para seus pulmões. Então seus olhos encontraram um mortal. O que teria de especial para que Afrodite o escolhesse? Sem explicação ela o levou para uma cachoeira e ficaram a sós. Sua decisão era o bastante.  Ao olhar para ele novamente não surgiram palavras, apenas certezas. Os olhos se fecharam (...) porem não se calaram. O som das águas gotejava sobre suas peles. E então eles se tocaram, confundiram-se, encontraram-se, beijaram-se...
Como violinos rasgando o ar ecoou o som de amar, então os violinos seguiram o compasso mais suave, um deles apenas dedilhava sons bem devagar, porem com a intensidade da imensidão, coisa que não se explica, que escorrega, purifica, acaricia, impede, mas logo pede e sufoca.
      Estava aquele Rapaz, diante da primavera, do verão, do calor e tremor... Entre corais e prazeres. Mas apesar de parecer impossível, impossível?  Não, senhores, foi mais real do que conto de fadas aos olhos de uma criança deslumbrada. Ela transpirava amor e desejo nos seus seis sentidos. E seu sexto sentido não foi revelado a nenhum outro mortal. Depois que eles se diluíram com as águas em forma de amor apenas restou um escrito em forma de texto poesia numa pedra a beira da cachoeira. Em uma língua indecifrável estava uma frase bem no final da pedra, nunca desvendada. dizem que ela foi uma dedicatória de Afrodite ao seu amado. Afrodite era viva e amável. Como a estação do ano era a primavera ela deixou em uma única flor seu cheiro puro, marcante e essencial.  Duas borboletas guardam esse segredo. O amor Deles dois ficou na eternidade.
Dizem que a partir de então todos os dias quando o sol nasce deixa um tom dourado e vermelho, e se prestarem muita atenção ouvirão o canto do amor de Afrodite e seu amado.

Gabriel Revlon

5 comentários:

  1. Mais que perfeito moço... :D como todos os outros mais com um toque ainda mais especial...

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  2. Que texto incrível!!!! Dá até um calorzinho no coração... parece que quanto mais impossível é um amor, mas bonito ele se torna.... boa semaninha mocinhoO... bjoO

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  3. HAHA Massa de ler, adoro essas coisas x)~
    E num é que é? Dá mesmo pra ouvir.. rsrs

    beijão moço :D

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  4. Aiii...que texto gostoso.
    Dá p/sentir,ouvir e até mesmo estar lá.

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