Tudo começa com o Boom! Aquela sensação que não se controla. E quem quer controlar, afinal? Então as pupilas dilatam, o corpo estremece, ficamos fora de nosso estado de controle.
Suamos frio, ficamos desesperados, perdemos a voz ou até criamos coragem. As reações são diversas, mas no final sempre vem o friozinho na barriga e a pergunta que não se cala. Será que está acontecendo comigo?
Encontramos-nos envolvidos pela explosão dos estímulos: (visual, olfativo, auditivo, tátil, fora o sexto sentido, que normalmente desperta às mulheres sensitivas), Então o nosso corpo pede para ter aquele outro desconhecido, nosso querer ofusca a razão e a emoção se transforma em quase tudo. Somos dominados pela emoção. A exacerbação do querer pode ser tão intensa ao ponto de se tornar patológica, ao ponto de nos fazer desistir de tudo ou de querer quase tudo.
A paixão não quer cara, credo, cor, condição social. Não! Ela quer simplesmente o outro, independente das conseqüências, na maioria das vezes.
A paixão é criativa, então começamos a idealizar o outro, criamos o ser perfeito para nossa necessidade. Boom! Surge o homem ou a mulher de sua vida. Mas daí vem às possibilidades de não ser bem o que se pretende, ou ser mais do que se espera. O final não é exato, é apenas uma sugestão... Um encontro ou desencontro.
A explosão da paixão é algo passageiro, não duradouro, normalmente. Já que nosso corpo não agüentaria uma descarga hormonal excessiva por todos os dias sem parar. Já pensou se toda vez que se encontrasse o outro o coração disparasse, as pupilas dilatassem, as mãos suassem, a voz fosse embora... Não daria para agüentar. Morreríamos de paixão. E essa não seria mais um doce, seria um veneno.
A paixão é tema de muito romances, novelas, filmes, livros, e de nossas vidas também. Muitos vivem bem por se apaixonar, outros morrem de paixão, Mas no final todos se apaixonam.
O lúdico, o místico, o abstrato, e o desconhecido fazem da paixão o sentimento que muda as vidas das pessoas, que impulsiona os relacionamentos, e ainda há quem diga que ela é o ponto inicial do Amor, o mais nobre de todos os sentimentos.
Enfim, se apaixonar é real e abstrato, porem é mais do que tudo parte de nós, parte da nossa condição de ser humano. Paixão tem testosterona, adrenalina, ocitocina, dopamina, mas também tem luxuria, atração, desejo, ligação, prazer, cor e sabor. Tem medo também, mas isso não é motivo para deixar de ter paixão. Pois faz parte de nós aquela sensação que não se controla.
E quem quer controlar, afinal?
Gabriel Revlon
Gabriel Revlon