sexta-feira, 12 de abril de 2013

Meu Mestre e Minha terra

Meu Mestre e minha Terra são parte de mim, estão na minha pele, sangue e mesmo que não pareça em todo nos fios dos cabelos e na cor dos meus olhos. Se eu penso, eles me pensam, se eles me pensam eu também penso. Isso é mais do que a razão e o sentir, é o que constitui em mim o belo, o feio, o puro e o impuro. Meu mestre é racional, duro, cientista convicto, metódico, obsessivo, e de uma rigidez quase puramente moral, mas não o é de todo. Ele me iniciou na linguagem, na palavra, nos modos, na voz, no agir, no sistematizar e em tantas coisas que não dariam para contar em umas linhas. Meu Mestre tem  ar parnasiano e pés descalços, quase uma mistura de rigor e simplicidade.
Minha terra, ah... Minha terra é meu doce, é meu mel, é a comida que me alimenta, é o sonho que me faz voar pelo vento, é o som, é a música que eu tanto amo, é a sensibilidade inexata das cores, é poesia e soneto que nem os mais talentosos de todos os outros mestres que tenho em mim conseguiram elaborar. Minha terra me pariu, me ninou, me amou de maneira inigualável. Ela me deu o sotaque, a ginga, a melodia, as outras palavras, a malícia, a dança, o toque, o cheiro, a pétala e até a rosa... Ah, como eu amo profundamente minha Terra. Minha Terra me deu cada átomo, molécula, órgão, sorriso e a nudez que hoje tenho. Sou admirador sincero da Sua arte simples, firme e desmedida. Tenho certeza que ela preferiria ser chamada por terra, mas eu insisto em chamá-la por Terra.
Que mania a minha de querer colocar coisas indizíveis no papel, não sei se o faço por dever ou por simplesmente lançar, como também não sei por que tanto tenho de meu Mestre e de minha Terra... Isso que eu não sei dizer é quase uma mistura de luz em comprimento, velocidade, intensidade, em teorias e em simplesmente iluminar. Ah... meu Mestre e minha Terra.

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