segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cheiro de manga madura

Um cheiro doce, em algumas levemente azeda
Um cheiro suave que dá água na boca de imediato,
Um cheiro que pede uma mordida,
Uma mordida que fere a casca, adentra na carne e suga o mel adocicado,
Hum.... Cheiro de desejo que nem cogita uma reflexão, quase que ordena uma mordida.
Há o instinto que só se sacia quando fere a casca e experimenta a carne.
Experienciar é sair do cheiro e chegar no ápice do gosto de manga envolvido  por saliva, sem falar nas serotoninas e outras coisas mais...
E quem é que resiste e não morde ao ver uma manga madura ?
Quando eu sinto o cheiro de manga madura, salivo, cheiro, mordo, me delicio...
Cheiro de manga madura é coisa que não se esgota em palavras, só sentindo pra saber o que é!
Ah, cheiro de Manga madura....



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Onde mora a loucura ?

Hoje uma mulher me abordou com falar motivado,
fazia-me criticas sobre as pessoas de seu convívio,
falava-me do mundo como se fosse uma ferida aberta
sendo contaminado pela hipocrisia, desonestidade,
falta de amor, pelos fingimentos. Disse-me que havia
sido internada, que muitas vezes já foi humilhada, que tem raiva das pessoas
que deveriam ser verdadeiras com ela, mas não são, são mentirosas
e o pior de tudo é que ela percebe isso. Disse-me também que o único motivo
para se manter viva é uma pessoa, aquela que ela mais ama no mundo,
apesar de já ter algumas vezes tentado se matar.
Seus olhos estavam desesperados, seu corpo clamava por um tipo
de liberdade que só existe dentro dela mesmo. Sua dor flutuava em gemidos,
suas lagrimas se derramavam em sua face desacreditada. Ela sofria por desacreditar
nas pessoas, no mundo, na vida...
Eu me pergunto, onde realmente existe loucura, onde existe a prisão, onde existe
falta de amor, onde nós estamos vivendo nossa normalidade que
simplesmente aceita viver dia após dia aceitando esse mundo desordenado?
Essa mulher me dizia coisas, e eu me questionava, emocionava-me, ouvia,
entendia umas coisas e outras não entendia. Talvez não fosse pra entender mesmo, apenas
para sentir e refletir.
seus gemidos eram de medo, revolta, sofrimento, algumas vezes de amor, muito amor... Ela tinha os olhos vermelhos de lagrimas. por vezes tinha ares de reflexão, como um olhar vendo o por-do-sol...


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Contraditório cientifico



Os homens lutam por construir o conhecimento cientifico, fragmentam o saber. Um tempo depois, com teorias, tentam reorganizar esse conhecimento relacionando algumas partes do que foi fragmentado anteriormente. Então nacem as ciências da divisão do saber: Fragmentodologia, Repartidologia, Compartimentodologia do corpo, da mente, do mundo. Essas são as novas ciências que em parte se explicam por si mesmas, em parte buscam o conhecimento integrado, são as novas ditadoras e guiadoras do "saber" no mundo científico. Quando os poderosos se interessam pelo  fragmento do bolo do saber, investem bastante e muitas vezes justificam tais investimentos em melhoras para a humanidade. É claro ! Não  nos esqueçamos que quanto mais serventia ao capital, melhor remunerada, quero dizer, melhores investimentos alcançarão aquela ciência.
Mas eis que um dia, fulaninho lá do norte, faz uma teoria  integradora, transdisciplinar, multidisciplinar e ganha um premio grandioso por isso. Pois bem, se era pra fragmentar, então premiamos unificar? Claro que sim, eles dizem, temos que unificar o saber ! Eis o que não se entende, mas se concorda. E sabemos que há justificativas para cada passo. Então continuemos assim. Fazendo ciências e premiando os grandiosos por simplesmente fazerem o caminho contrário. Eis o construção do conhecimento no ocidente e o que fazemos desse conheciento.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Rosa Flor

Ardente, quase me inunda com seu aroma penetrante, vicioso, contante, inconstante, já não sei, Rosa Flor. Tens o olhar do dano, do alívio, do trago, da lenta sensação seguida de um sorriso de quase cansaço. Prende-me em ti,  pede-me e me sacia, Rosa Flor. Olha-me, cheira-me, prova-me, Rosa Flor, Rosa dor, Rosa amor ?
Estamos Vivendo,sentindo, fingindo, querendo demasiado, Rosa cor, Rosa angustia, Rosa Flor. Te sou, Es Eu, somos nós e o mundo, alimentamo-nos de mel, polem, luz, palavras e tudo o que não se diz, mas Existe.
- Desculpe-me Rosa Flor, Por um instante me perdi em seus olhos

Seus olhares,




Cidade de Salvador 17:00, voltando para casa.

Pessoas voltam para seus lares, por um instante a cidade ensurdece, então os olhares expressão o que não se diz com palavras. São seus olhares, cidade. Olhos desconfiados, admirados,  perdidos, procurando ou quem sabe vigiando? Alguns se reconhecendo, sim, outros lascivos não deixam aquela cena passar, Há aqueles sonolentos que se abriram antes do dia amanhecer,há olhares de julgamento também, por um momento também encontrei uns submissos, olhares de pantera querendo devorar, olhinhos de criança cariosinha, olhos de mulher, olhos esbugalhados, mas poucos deles se impressionavam com a cidade rotineira e ensurdecedora de todas as 17:00 da tarde. Vi uns olhares olhando para dentro, onde o que se sente se confunde com o que se vê, olhares sugerindo lembranças, miradas lentas e velozes, saudosas, excitantes, perversas, voluptuosas, havia muito naquelas miradas que traduziam fatos ou idealizações. E as ruas da cidade seguindo seu fluxo de volta para casa, com seu olhos no outro lado da pista, velozes, passando a 60km/h deixando apenas um rastro de cor.