segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Um momento de solidão


Existem momentos da nossa vida em que a decisão é algo necessário e solitário em nós. Estamos tão acostumados a ter o outro como um espelho para nossas ações e recompensas, que nos abstemos do peso da decisão.
Bom, se somos os senhores de nossos destinos, por que isso acontece? A individualidade fica em segundo plano em meio ao social, até chegar o funil da decisão, até chegar o momento de solidão. Esse momento é só nosso, embora seja muitas vezes dor, aflição, medo, insegurança, ele é nosso. Não podemos dar esse direito aos outros. Se o fizéssemos então nossa essência seria jogada como dados por mão alheias ao vento, com infinitas possibilidades, mas não a nossa única e verdadeira!
Ser líder de si mesmo é ter solidão, não por rejeitar ao outro, mas por nos permitir a fazer o nosso próprio ser.
Cansei-me das formulas de viver, das formas de sonhos empacotas, das felicidades e dos prazeres comercializados. Precisamos tornar conscientes as nossas formas de decisão, para que sejam nossas. Mesmo que a dor seja o antídoto para nossa recompensa.
Eis um momento de solidão. Onde estamos no escuro, procurando a luz por caminhos não ensinados por ninguém, além de nós mesmos. O caminho solitário que nos constrói e nos guia. O doce ou amargo caminho da Decisão.

Gabriel Revlon

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Encontros e Aparências





Possivelmente ele falava a verdade, ela pensou. Mas tinha um papo de conquistador barato e dizia coisas do tipo: - com você é diferente. Ele falava de relacionamento serio e estável logo no primeiro encontro. Ela embarcava em seu “papo”, apesar de desconfiar do que ele dizia de forma tão clara, como se ela fosse a princesa encontrada naquele instante. Mas ela queria algo serio e estável, o que a deixava flexível a conversa.
A questão é que eles eram água e óleo, tentavam se misturar, mas era como se ele fosse de Marte e ela de Vênus...
Com o tempo da conversa as mascaras caíram. Apesar disso a conversa ficou empolgante. Ela falando sobre família, Relacionamento, Planos, sonhos... Já ele contava suas festas, baladas, sobre suas 10 ex-namoradas, além de outras coisas que fugiam o propósito da garota.
Até que com um gesto louvável, ele pegou nas mãos da garota. Ela olhou com um olhar de suspense. Lhe escapou até um sorriso.Ficou insegura e olhou meio sem jeito para ele. Então  ouviu uma cantada qualquer... Realmente, ele sabia como acabar com bons instantes. Mas ela insisti em uma conversa para sustentar a situação, mas o cara só dava furos.
Tomaram uma bebida e continuaram a falar sobre o cotidiano, então mais uma vez ele impressionou. No clímax de um olhar, ele a conquistou. A garota se ajeitou na cadeira e com o brilho nos olhos esperou um beijo ou um carinho. Com uma das mãos ele atendeu o celular e continuou segurando uma das mãos dela com a outra. Ela ficou desconcertada. Ele começou a falar com um “caso de uma festa de sábado à noite”, tinha um ar de conquistador barato. Uma lástima! Ficou falando no celular com monossílabos: Há, sim, é, foi, ontem... Ao final da conversa deu um sorriso amarelo, sem graça e pediu desculpas. estava na cara que era outra garota no celular.
Ela enfim largou a mão dele e mudou de assunto. Aquilo estava realmente acontecendo? Perguntava-se. Apesar de ficar insegura novamente ela esperou algo do rapaz, persistiu na idéia de ser conquistada. Não deu certo. Ficaram quietos durante um tempinho e então se levantaram e saíram. Mas fizeram isso de mãos dadas e sorrindo. Olhando toda aquela situação eu pensei. Quem entende essas coisas de conquista, encontros e aparências?

                                                                                                         Gabriel Revlon