Nossa geração ama a superficialidade. As pessoas fazem o mínimo, seja no trabalho, seja na escola, seja nas universidades, seja na política, seja nos relacionamentos, etc. Será que essa geração acredita que fazer tão pouco - o mínimo - é o bastante? Parece-me que sim!
As pessoas buscam pouco, pesquisam pouco, lêem pouco, discordam pouco, questionam pouco e desconstroem quase nada. Poucos tentam ir além e julgam ser insuportável fazê-lo.
Com a globalização e tecnologias vinculadas à informação, se torna fácil encontrar fontes Prontas de ”conhecimento”, como : trabalhos escolares feitos, monografias copiadas, pesquisas prontas, resumos dos outros, além de outros ... Onde ficou nossa sede pelo conhecimento?
A internet tem um mundo de informações em músicas, vídeos, conferências ao vivo, livros digitalizados, obras de arte, dentre outros milhares de benefícios da graciosa tecnologia do nosso século. Porem as pessoas mal lêem um livro inteiro. Elas começam empolgadas, continuam menos empolgadas e logo desistem. Pergunto-me, por que tanto desinteresse ?
Os jovens, que normalmente têm em si o espírito revolucionário, que buscam a desconstrução e então a formação de novos valores democráticos, estão deitados em frente as TVs, em frente aos computadores, em festas, etc. Não que essas ações sejam horríveis ou que não existam jovens que sejam revolucionários ou que seja necessária a condição de Vanguarda à juventude, Não ! Mas aquela busca por uma faíscas de pensamento, daqueles que pegam fogo, queimam no ar, explodem e contagiam as pessoas, tudo aquilo que faz da juventude uma fase marcante é pouco visível nos nossos dias. Quem os acomodou ?
Parece-me que não é só a comida que é empacotada, instantânea, de rápida digestão. Acredito que isso também ocorra com as informações e com a formação do conhecimento. Onde estão os estudantes adolescentes com visão integrada de mundo, com capacidade de ler bem um texto e debater sobre um assunto x? Há quem diga, mas isso é um Saco, Como já ouvir muitas vezes. É um saco Fazer exercícios de casa, é um saco ler as questões das provas com texto grande, é um saco ler um livro na escola ou em casa, é um saco querer aprender ... será que os vícios do consumo – Tudo Chega Fácil e prático – não estão danificando a aprendizagem dos adolescentes ?
E os professores , como estão ensinando nas escolas do país, como estão sendo tratados pelos alunos, como são vistos pelos alunos, quantos aplicam nas salas de aula o que aprenderam nas universidades a cerca de práticas pedagógicas relacionadas ao ensino e à aprendizagem dos seus alunos, quantos são bem remunerados, quantos não queriam ensinar ?
A nossa sociedade é reflexo de tudo isso. É essa nossa complexa sociedade que caminha em direção às facilidades, fugacidades, praticidades do sistema de consumo – não que todas sejam nocivas -. Porque esse amor pelo menor esforço e pela superficialidade?
Isso não é um fatalismo, claro que existem muitas pessoas que fazem diferente, buscam, inovam e tem sede de conhecimento. E existem as que não querem nada disso por opção, o que é um direito deles. Existe muito mais do que conhecemos. Mas sei que poderíamos fazer muito mais por nossa geração. Sinto falta de muitas coisas. Sei que podemos fazer muito melhor, porque merecemos um mundo melhor. Isso soa utópico, mas por incrível que pareça, até das utopias de um mundo perfeito para todos eu não escuto há muito tempo. Amadurecemos mais, Perdemos a essência, inovamos, regredimos ?
O que é essa nossa geração ?
Gabriel Revlon
Gabriel Revlon
Nenhum comentário:
Postar um comentário