quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Declaração universal dos direitos do sistema
Eliminar o problema ou resolvê-lo democraticamente? O sistema sabe o que fazer na hora certa. E hoje eu tive certeza disso. Descobri os direitos universais do sistema. – eliminar o que é incomodo aos interesses da sociedade para manter o bem supostamente comum -, Será que isso é possível?
Essa manhã eu estava assistindo jornal e vi uma reportagem curiosa. Uma cidade construída na proximidade de uma reserva ambiental teve um dia diferente do comum. As pessoas foram surpreendidas por ursos que caminhavam pelas ruas da cidade, provavelmente a procura de alimento ou simplesmente por descobrir um lugar próximo à reserva, sua casa natural.
Por se sentirem ameaçadas, as pessoas contataram as autoridades que logo resolveram o problema: Mandaram policias que mataram os ursos, tenho certeza que essa foi à ação mais fácil encontrada – eliminar o problema-.
Fiquei pensando, as pessoas invadem o espaço natural do animal, desmatam, diminuem a área de caça do animal, desequilibram o ecossistema local, e quando o animal resolve passear pelas ruas as pessoas que invadiram seu espaço natural simplesmente o matam. Uma cidade sem planejamento ambiental prévio, porem segura contra animais,isso se chama "progresso" no manual de direitos do sistema. É simples assim, matar problemas e não os resolver de forma pacífica e boa para ambas as partes. Não poderiam sedá-los e levá-los a mata novamente?
E com as pessoas, o que o sistema faz com os que resolvem reivindicar seus direitos humanos, direitos básicos do seres humanos?- “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”- o que fazem para as pessoas que morrem todos os dia por falta de atendimento, as que morrem pelo tráfico de drogas, as que invadem o espaço de interesses do sistema, o que eles fazem ? onde se aplica a nossa Declaração universal dos direitos humanos?
Seria o ideal, mas o que normalmente vemos é a - declaração universal dos direitos do sistema -, onde as pessoas que saem da linha, não são sedadas com o esclarecimento ou acompanhadas para suas casas ou atendidas pelo sistema que invadiu seu espaço natural, social e econômico. Muitas vezes eles puxam o gatilho, o gatilho do sistema. Eliminam o problema e a paz prevalece.
Pessoas morrem todos os dias vitimas do sistema, pois procuram os seus direitos humanos. E enquanto você ler esse texto, o sistema mata urso e pessoas.
Viva à declaração universal dos direitos do sistema !
Gabriel Revlon
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Sociedade real com Hierarquias abstratas
As formas de hierarquia de nossa sociedade não são palpáveis, são abstratas e muitas vezes produzem dores ou alegrias que o corpo pode sentir. É uma surra ideológica ou um carinho abstrato. Muitas vezes Formamos personalidades no nosso semelhante e muitas vezes os vemos em um degrau acima de nós. Porque o cantor, o político, o ator, o escritor, e os tantos outros profissionais massificados pela mídia nos causam tantas sensações abstratas? Porque nos emocionamos, gritamos, choramos ou nos espelhamos neles? Será que queremos ser tão “importantes” quanto eles? O que fizeram com a pluralidade e o valor às diferenças entre as pessoas – essencial ao respeito -? Porque diante de uma celebridade que é um ser humano ,(senti, chora, sorri, bebe, come etc.), como eu, não me vejo tão importante quanto ele?
Às vezes me vejo em um labirinto invisível aos meus olhos, porem muito visível ao meu pensamento. Um dia me deparei com uma situação incomoda para mim, apesar de eu não está diretamente ligado a ela. Vi na televisão uma pessoa humilde dando entrevista. Era um pescador. Ele falava de maneira pomposa, ou pelo menos tentava. E isso por querer se adequar àquela situação de “entrevistado” por um jornal importante. Ele era Alguém importante naquela hora, Era isso. Ou tinha que ser! Ele se vestiu de palavras e posturas para representar os seus 5 segundos de fama.
Um parnasiano se apresentava ao show das formalidades... Ambíguo? Talvez não para ele. Pensei... Andar de terno deve realmente conotar “ser importante”. Andar de terno? Sim! Eu o vi de terno naquela hora, apesar dele está sem camisa na beira da praia. Acho que ele poderia ser - ele mesmo - naquela hora. Poderia falar de maneira coloquial, poderia exercer sua liberdade de expressão, tanto na linguagem quanto na postura corporal, no tom da voz, nos gestos corporais etc. O pescador que se despiu de sua liberdade popular para vestir um terno de personalidade.
Estava visível ao meu pensamento a – sociedade real com hierarquias abstratas – Trocando em miúdos: “O rapaz deu uma de bacana porque estava na TV”. E agora eu vou deixar essa conversa de “ acadêmicos “ por hora, porque tenho que estudar. E por sinal muita coisa.
ME DEIXE falar do jeito que eu quero, porque estou em casa, na rua, na praça, na favela, nos parques etc. Sou o povo, e me vejo como povo! Quero tirar o terno e ficar de calção na beira da praia experimentando um dia de boas sensações abstratas, mas livre e sem querer ser “importante” para os olhos alheios.
Gabriel Relon
Gabriel Relon
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