sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O vidente



O vidente via em sua bola de cristal uma luz vermelha, ele via também outras cores, mas em tons fracos. Via sorrisos, pais abraçando filhos, amigos de mãos dadas e alguns de mãos erguidas. Era tempo de felicidade, pensou ele.
Uma mulher, porém, se destacava entre aqueles homens, seu nome era Continuidade.
Continuidade tinha um brilho incomum. O vidente tinha a impressão de que muitas pessoas a queriam em evidência. Mas por quê? Perguntou-se. Seu brilho era muito forte, comparado ao de uma estrela. Era isso! Exclamou para si. Logo ele se deu conta que não se tratava só de amigos e familiares, havia também homens de negócio fotografando todos aqueles sorrisos, abraços e mãos erguidas. Homens de negócio? O vidente não entendeu bem o que ocorria, mas continuou a observar.
Outra figura importante naquela visão chamou a atenção do vidente, um barbudinho que se dizia companheiro de continuidade... Tinha um discurso sereno, calmo, suave, dava impressão que ele tinha boa vida. Em seu passado o vidente viu luta, discursos, amigos, homens de negócio, viagens, muitas por sinal, além de uma amizade estreita com os homens de negócio. Todos eles sorriam muito, tinham sorriso para dar e vender.
O barbudo emitia a mesma cor de Continuidade, um vermelho intenso. Só que os homens de negócio o pintavam com outras cores e ele tentava se lavar como se não quisesse aqueles tons. Muito estranho, ele pensou.
O vidente começou a ficar confuso, mas simpatizou com tudo aquilo que via. Ele gostou de toda aquela trama. Minutos mais tarde saiu para espairecer e pensar sobre tudo aquilo que viu há pouco.
A mãe do vidente percebera que o seu filho tinha saído do seu quarto em direção a rua, ele tinha no semblante um quê de felicidade e descoberta. Ela entrou em seu quarto e desligou a TV que estava ligada. Saindo do quarto viu uma bola espelhada ao lado da cama de seu filho, mas saiu sem dar importância. Pensou ela, Esse menino anda no mundo da lua!

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