sexta-feira, 26 de julho de 2013

O véu nos teus olhos

Ontem eu vi nítido o véu em teus olhos,
Parecia de um tecido fino e as vezes translúcido,
As intenções eram duas, preservar-se e revelar-se...
Que faria eu senão observar o teu movimento,
As vezes nos vejo assim, afinados, mesmo sem palavras,
Como se tudo estivesse ali posto, e não estava ?
Mas usas o véu, não sei se por me ver seguir o seu olhar,
não sei se por não poder ainda mostrar-se, por preservar-se, Por me hipnotizar, Cleópatra...

Quando te vi na roda dos delírios e sorrisos me preocupei,
Quando não me preocupa seu bem ?
Seu bem é meu bem,
Te vi ali em frente ao desconhecido,
Tive o medo dos que cuidam, Mas percebo que és onde queres, e nada posso te ser quando eres tu.
Mas era você que vivenciava afinal,
Atravessou a porta e sentiu...
Meu coração apertou quando não pude segurar sua mão,
Acredite, nem eu sabia que me preocupava tanto...

Fui seu, você bem sabe, conhece meu olhar,
 Me excedi, como fazem os apaixonados,
Me misturei no castanho que quando sorri se enche de lagrimas,
Por quem, porquê... não sei, mas isso me deixa inebriado
E você bem sabe....
As vezes leio poesias por tras do véu,
Poesias sem fim, poesias em castanhos ensolarados,
Poesias nos fios anelados, Poesias sem som,
E as vezes mais sonoras que um estrondo,

Acalma-me o coração com os olhos,
Já que tens o poder de disparar cada centimetro de mim,
Da-me um pouco do oléo da oliveira,
Da-me um pouco do riso das tardes infinitas,
Da-me o que queres que eu estou aqui,

Não sei se me desestabiliza para me curar,
Ou por cativar-me,
O que queres Nefertiti, o sol ?
Eu ví, meu bem, rainha das oliveiras,
A semente do óleo que me cura está aí,
Assim como o nascer e o por-do-sol,

Quando vejo, por segundos,  atrás do véu,
Sorriu, encanto-me, fico entorpecido...
Banha-me com o sol castanho,
Enrola-me nos anéis de saturno,
Deixa-me ver mais de ti,

Ví o véu nos teus olhos... Vi o espelho dos seu olhar,
Uma beleza estranha, uma mistura egípcia e árabe, como o esplendor das oliveiras...
Decifro-te...
Ou me devoras ?

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