domingo, 5 de maio de 2013

"Barrados no Baile", música, humor, comes e bebes...

Contenha-se: castração... O público estava um pouco desorientado, disperso, ou outras coisas...
Por favor, vamos tentar manter um diálogo, diziam os cantores à plateia. Meus olhos tornaram-se atentos logo. Enquanto isso a música tocava. Eu estava alí presenciando a música, eu gosto de música...
A música era de boa análise, de boa sensibilidade, tendenciosa, mas qual delas não o é?
Só que ao meu lado, ao lado do meu acento surge o inusitado gritante. Ao lado sempre acontece algo inesperado: logo apareceram os fantasiados e fantásticos...
Desculpe-me, o humor é sensivelmente contagiante... Fui barrado, mas logo contagiado novamente...
As imagens eram fortíssima, tentei até não olhar, mas elas Gritavam... OLHEEE...
O humor às vezes é tão sério, tão preciso, tão ingênuo, e às muitas vezes mora ao nosso lado.
Novamente fui barrado. Tentei mais uma vez ouvir a música, mas os transeuntes eram fantásticos,
Fantásticos, fantásticos... Uma obra prima de humor, tentei me segurar, mas não consegui.
Como uma criança que ama um bom humor, eu gargalhei, tinha personagens alí, tão ... caricaturais e distintos, e medonhos, e precisos, e ferozes, e mansos, e domesticados, e amáveis, e sonhadores, e mentirosos, e verdadeiros, e tão cheios de si e de expectativas de si que me despertavam paixão aos olhos.
O momento é tão rico e tão singelo. Um momento dentro de um momento, uma lambança de figuras em planos diversos, dinâmicos, indizíveis, sonoros, corpóreos, instintivos e quase nus...É isso, quase nus... Um baile à romana, com personagens gregos num senado... não, não, seminus, Meu Deus, quem vestiu essa gente? Eu pensei...
O humor é algo quase instantâneo às vezes, mas nem sempre, principalmente em bailes que a mesa de comidas e bebidas está tão acessível... Transeuntes amam " fazer uma boquinha", mesmo quando estão de costas para os apresentadores, músicos ou atores... Olhe, eu pensava, os transeuntes mastigam e nem ouvem a música, alguns até pedem o microfone para falar sobre qualquer coisa, que humor caótico, que humor genuíno, que coisa fantástica... Que coisa boa, pensei.
Mas uma hora tive que ir embora, não por conta da música, mas porque já era a hora dos autógrafos e perguntas desmedidas. Aprendi e me divertir naquele lugar, que era sério e baile ao mesmo tempo, como todos os dias em lugares distintos. Essa última frase, mesmo que pareça, não foi de humor! Aos cantores, muito obrigado pela melodia. Aos transeuntes, obrigado pelo bom humor.

Um comentário:

  1. O que fazer se a vida é feita de ironias e cansaços. Resta-nos rir mesmo se formos Barrados no baile.

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