terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Noites silenciosas


Umas noites silenciosas,
Eu perdido em arrependimentos,
Eu encontro o avesso, seu avesso,
Hora paro, hora desacredito naquelas palavras, hora me convenço de que é um processo,
Hora desconheço minhas intenções,
Sinto por hora um fardo calado, um som ensurdecedor que me transtorna,
Desamor desvendado num só olhar, apenas uma imagem da ilusão,
Apenas um passo para o esquecimento,
Tento ver na imagem algo além de uma representação,
Mas o que me resta ?
Apenas o silêncio e umas migalhas de arrependimento.
Tristes imagens de minhas noites silenciosas...
                             
  (...)





Numa dessas noites pensei:
Eu tinha medo de encontrar-te, passei suas folhas entre meus dedos, e meus olhos em seus detalhes, até senti o cheiro de suas páginas com poucas palavras.
agora que eu encontrei, tu não existes,  uma leitura veloz e turva,
Diga-me o que eu fiz, fechei as tuas páginas?
Porque hoje és o que me desconheço, És o latim,
Um avesso numa fôrma, com o mesmos olhos desenhados, por lápis ou caneta,
Um desenho sem propósito em folhas em branco. Agora sem brilho e sem o fogo de outrora, beleza surda, desprotegida palavra, apática sintonia, porem com o mesmo tom suave de sempre e muda como nunca...






Um comentário:

  1. "Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso".

    Tudo muda, tudo passa.

    Somos seres linguagem, Somos a materialidade a ser desvendada. Infelizmente ou felizmente não sei, precisamos dessas noites para nos darmos conta de como está nossa vida. vlw

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