Em uma manhã estava andando destraido. Foi então que vi um espelho d’água. Percebi suas imagens se formando, refletindo seus movimentos, misturando-se umas com as outras, exibindo suas cores e formas, algumas se diluíam na água e outras se transformavam quando se aproximavam ou se distanciavam...
Vi pessoas andando o tempo todo de lá pra cá. Percebi formas estranhas nos lugares e nas pessoas. Uma coisa era muito curiosa: as imagens transmitidas pelas pessoas eram mutáveis e inconstantes, ao ponto de eu não conseguir identificar as suas faces... eram apenas um conjunto de pessoas desordenadas. Havia sentimentos ali, sentimentos que minava das pessoas e que fluíam entre elas. Tudo aquilo se confundia aos meus olhos, um emaranhado de seres em movimento com cores misturadas, quase uma ilusão.
Curioso que algumas pessoas cresciam demasiadamente no espelho d’água, enquanto umas eram estáveis e outras diminuíam. Essa dinâmica acontecia o tempo todo.

Quando reparei o outro lado, mais iluminado, vi o reflexo de umas faces -ainda turvas-, outras um pouco mais claras e outras bem escuras e imperceptíveis, mesmo sob a luz não eram conhecidas e identificadas as faces.O máximo que pude identificar foram modelos diferentes representados. Eram aparências de modelos estabelecidos, pelo menos aos meus olhos tinha algo estabelecido. Entretanto cada pessoa tinha um quê, algo que a diferenciava dos outros, cada um tinha suas singularidades.

E Eu lá diante de uma piscina, vendo o espelho d’água... parecia até que aquele lago de concreto era algo natural...
Nenhum comentário:
Postar um comentário